A presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, criticou em ato de campanha com movimentos sociais, nesta segunda-feira, 13, a política externa proposta por seu oponente Aécio Neves (PSDB). Ela afirmou que o candidato tucano quer o retorno da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), posposta nos anos 1990 para integrar a América Latina e os Estados Unidos. “É muito importante ver que volta aquela velha proposta da Alca, para a criação de condições para liberar o mercado”, disse. “Significa o velho modelo de não negociar e o País perde soberania, autoridade.”

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Dilma também disse que o tucano é uma ameaça à integração da América Latina por meio do Mercosul, embora o bloco econômico agrupe apenas países da América do Sul. “Se você olhar a política externa proposta (por Aécio), o Mercosul não é mais importante, a gente volta as costas para a América Latina inteira. O BRICS (grupo emergente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), por exemplo, eles fingem que não viram”, afirmou.

A presidente comentou a reeleição do presidente da Bolívia, Evo Morales, que ontem se sagrou vitorioso na sua terceira disputa consecutiva para o cargo. “Evo Morares foi eleito no primeiro turno com uma votação muito consagradora”, disse.

Sinalização ao mercado

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Dilma negou que tenha de dar sinalização ao mercado na eleição. Questionada se anunciaria em breve os nomes que, num eventual segundo mandato, ocupariam postos-chave na área econômica, Dilma respondeu que sua responsabilidade é “dar sinal para o povo”.

“Eu tenho de dar sinal para o povo. Porque eu tenho de dar sinal ao mercado?”, disse. Ela destacou que o Investimento Estrangeiro Direto no País, em termos médios, está nos maiores níveis já alcançados. “Esse investimento é hoje de US$ 65 bilhões anuais. Acumulado, nos meus 40 meses de governo, dá US$ 238 bilhões”.

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Ela também foi perguntada sobre qual o papel que o secretário do Tesouro, Arno Augustin, criticado pelo mercado por ter promovido a chamada “contabilidade criativa” com as contas públicas, teria em um eventual próximo mandato. “Não insista porque eu não vou escalar o meu governo aqui hoje”, reagiu.