ARENA DA BAIXADA

“Desde que termine o trabalho, não importa quem executará obras”

O secretário especial da Copa, Mario Celso Cunha, disse que não importa quem vai executar as obras do estádio Joaquim Américo, a Arena da Baixada, desde que termine o trabalho. “Não vamos misturar questões políticas”, disse Cunha, que deu o tom da reação do governo do Paraná à escolha do empresário Mário Celso Petraglia para conduzir as obras exigidas para Copa do Mundo de 2014, segundo decisão do Conselho Deliberativo do Clube Atlético Paranaense.

Petraglia não era o predileto do governador Beto Richa (PSDB). O empresário colaborou na campanha do presidente estadual do PDT, Osmar Dias, na disputa eleitoral do ano passado. Participou de várias reuniões de coordenação da campanha do pedetista, ajudou na estrutura da campanha de Osmar na internet e possuía até uma sala para uso no comitê central da campanha.

Petraglia foi o homem forte da campanha eleitoral do ex-governador Jaime Lerner em 1994. Mas rompeu com o grupo pouco antes do segundo mandato de Lerner, criando inimizades entre aliados do ex-governador que participaram da campanha de Beto ao governo. Atualmente, Petraglia tem boas relações com os dois dos ministros paranaenses, Paulo Bernardo, do Planejamento, e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil.

As tentativas de aproximação de Petraglia foram repelidas pelo governo que, extraoficialmente, considerava mais adequada a proposta da empreiteira baiana OAS, que oferecia a construção do estádio em troca da participação dos lucros do Clube durante um período de vinte anos. A outra proposta era da construtora Triunfo.

“Entre a OAS e a Triunfo, nós achávamos melhor a da OAS. Mas então o Mário Celso apresentou essa nova modelagem, que envolve o Atlético e conquistou os conselheiros. Nós apenas acompanhamos. O governador não se envolveu nisso. O importante é que a Arena seja concluída e a cidade receba a Copa do Mundo. Nós vemos com bons olhos a solução porque o que nos preocupava era a indefinição. Estamos atrasados”, disse o secretário especial da Copa.

Cunha afirmou que o governo vai fazer a sua parte da melhor forma possível para que as obras estejam prontas no prazo exigido. “O Atlético tem a responsabilidade de concluir as obras. E para nós, fundamental é garantir a realização da Copa, que vai aquecer a economia do estado, e deixará um grande legado de obras para a população”, afirmou o secretário.

A boa vontade manifestada pelo secretário será de grande ajuda para Petraglia. O Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado é que será o avalista do empréstimo para o Clube junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estimado em R$ 180 milhões.

O financiamento será feito em nome do FDE, para o qual o Atlético irá apresentar como garantia o potencial construtivo, benefício previsto na Lei Orgânica do Município para a contrução de áreas maiores do que a legislação permite em troca de um repasse para uma obra de interesse público.