Deputados resistem à liberação de Dobrandino

O presidente estadual do PMDB, deputado Dobrandino da Silva, está enfrentando resistências na bancada do partido para se licenciar do mandato na Assembléia Legislativa até as eleições de outubro.

Dobrandino pretendia ter se afastado da Assembléia na semana passada para se ocupar exclusivamente da campanha eleitoral do PMDB em todo o Estado, mas seus colegas de partido em plenário avaliam que, justamente no período da campanha eleitoral, não podem perder uma voz experiente em plenário para fazer frente à ação organizada dos sete deputados de oposição, que bombardeiam diariamente o governo. Paralelamente, a bancada já articula a indicação de um outro integrante da bancada para ocupar uma secretaria de Estado.

Além do trabalho de campanha, a licença do dirigente estadual do partido também serviria para abrir espaço ao suplente Leonaldo Paranhos, pré-candidato do partido a prefeito de Cascavel e que atualmente está na direção do Ipem (Instituto de Pesos e Medidas). Dobrandino acha que quatro meses de mandato na Assembléia Legislativa daria visibilidade eleitoral ao pré-candidato de Cascavel.

A bancada do PMDB, entretanto, estuda uma outra fórmula para permitir a posse do suplente. Os deputados sondaram o governador Roberto Requião (PMDB) sobre as chances de vir a chamar um integrante da bancada para ocupar uma secretaria de Estado e assim manter o presidente estadual do partido em plenário. De acordo com o deputado Nereu Moura, um dos nomes cotados é o de Alexandre Curi. Ele poderia assumir a Secretaria de Assuntos Estratégicos no lugar de Nizan Pereira, que deixaria o cargo se tiver sua indicação confirmada para concorrer a vice-prefeito de Curitiba na chapa encabeçada pelo deputado estadual Ângelo Vanhoni (PT). “O governador poderia prestigiar um deputado que tem se destacado na articulação política”, justificou Moura.

Moura disse que conversou ainda com Requião sobre a hipótese de trazer de volta ao plenário o atual secretário de Transportes, Waldyr Pugliesi, conhecido pelos contundentes discursos que fazia durante os oito anos do governo Lerner. Pugliesi é um dos suplentes do PMDB. “O governador não tem disposição de abrir mão do Waldyr na Secretaria, mas para nós seria importante ter um reforço para nosso time na Assembléia”, disse o deputado.

Dobrandino afirmou que, até o final da semana, decide se irá acatar a orientação da bancada. “A minha saída conciliaria duas situações. Eu teria tempo para percorrer o Estado e ajudar na eleição dos nossos candidatos e abriria a vaga para o Paranhos. Mas tenho de pensar na posição também da bancada”, disse o presidente estadual do partido.

RMC defende nome próprio

Representantes de diretórios do PMDB de toda a Região Metropolitana de Curitiba aprovaram anteontem, por unanimidade, moção de apoio ao lançamento de uma candidatura própria do partido à Prefeitura de Curitiba. Além de prefeitos, vereadores e lideranças do partido na Região Metropolitana, estiveram presentes o vice-governador Orlando Pessuti; o secretário de Relações com a Comunidade, Milton Buabssi; os deputados Gustavo Fruet, Rafael Greca e Quielse Crisóstomo; e os vereadores de Curitiba Paulo Salamuni, Reinhold Stephanes Júnior, Luiz Felipe Braga Cortes, além da suplente Márcia Schier.

“A campanha em Curitiba tem reflexo direto nas candidaturas a prefeito e vereador da Região Metropolitana, uma vez que não temos acesso direto à propaganda de televisão”, afirmou a prefeita de Colombo, Beti Pavin. O vice-governador Orlando Pessuti reafirmou sua posição favorável ao lançamento de um candidato do PMDB à Prefeitura da capital. Ele lembrou que esteve ao lado do governador Roberto Requião nas convenções nacionais de 1998 e 2002, nas quais defenderam que o PMDB tivesse candidato à presidência da República. “Não há porque desistirmos da possibilidade da candidatura própria no primeiro turno. Teremos um outro momento, o segundo turno, para consolidar a aliança”, disse.

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