O deputado estadual Caito Quintana apresentou à liderança do PMDB sua candidatura à presidência da principal comissão permanente da Assembléia Legislativa, a de Constituição e Justiça.

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A composição das comissões permanentes na Assembléia Legislativa, da mesma forma que a mesa executiva, é renovada a cada dois anos. A postulação de Quintana ameaça a recondução do deputado Durval Amaral (DEM) e abre a única frente de disputa envolvendo as indicações das comissões, já que nas demais, a tendência é de reeleição de todos os presidentes.

Desde 2003, quando o governador Roberto Requião (PMDB) assumiu o seu segundo mandato, o PMDB nunca comandou a CCJ. Entre 2003 e 2006, o PT ocupou o cargo, representado pelo ex-deputado Hermes Fonseca. A partir da reeleição de Requião, o PMDB teve que entregar o cargo para o DEM já que não tinha votos suficientes na comissão para eleger o presidente.

Amaral, ex-peemedebista antes de ingressar no DEM, foi considerado ponderado para exercer a função. Além disso, o PMDB negociou para ficar com a presidência da Comissão de Orçamento, onde o deputado Plauto Miró Guimarães (DEM) já dispunha de apoios suficientes para ser eleito presidente.

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A posição é estratégica, já que a CCJ é a porta de entrada de todos os projetos de lei e propostas de todos os poderes. Neste período, Amaral não teve nenhuma trombada com a bancada governista.

Obstáculos

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O líder da bancada estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, disse que Quintana ainda não defendeu sua candidatura junto a todos os deputados do partido. Alguns peemedebistas preferem manter Amaral na posição.

Mas Pugliesi disse que Quintana tem o direito de pleitear a presidência. Antes, entretanto, terá que convencer o PMDB a assumir a indicação. “Nós temos o dever de ouvi-lo”, afirmou.

Um dos peemedebistas mais antigos, Quintana não tem aprovação unânime na bancada. No período em que esteve na chefia da Casa Civil do governo, entre 2003 e 2006, Quintana entrou em conflito com os deputados que o acusavam de invasão de suas bases eleitorais.

Como secretário da Casa Civil, Quintana fazia a articulação política do governo e tinha acesso irrestrito a prefeitos e vereadores, considerados peças-chave para um bom desempenho eleitoral pelos deputados.

De volta à Assembléia Legislativa, em 2005, o deputado peemedebista encontrou um clima hostil na bancada e não teve apoio para disputar a presidência da Assembléia Legislativa, em 2006.