Depoimento à PF confirma o “caixa 2”

A Polícia Federal (PF) ouviu no início do mês o depoimento do funcionário da Prefeitura de Curitiba, Vilson Bajerski, sobre o uso de um caixa 2 na campanha à reeleição do prefeito Cássio Taniguchi (PFL). Desde janeiro a PF está investigando a denúncia, mas a íntegra dos depoimentos não têm sido divulgados pelo delegado responsável pelo inquérito, Hugo Corrêa Martins. Bajerski confirmou que movimentou dinheiro da campanha sem prestar contas.

Esta é a segunda testemunha que confirma as suspeitas de que a prestação de contas feitas ao Tribunal Regional Eleitoral omitiu gastos. De acordo com o Ministério Público, que apurou a denúncia durante dois meses, o livro caixa entregue pelo tesoureiro de campanha Francisco Paladino Júnior, a contabilidade paralela aponta gastos de R$ 29, 8 milhões, enquanto na prestação de contas oficial o valor apresentado foi de R$ 3,1 milhões.

O funcionário disse em seu depoimento que coordenava o comitê universitário da campanha de Taniguchi. Ele afirmou que promovia churrascadas, quase que diárias, para cerca de cem pessoas, para conquistar votos. Além disso ele também mandava confeccionar material de propaganda. Ele não soube dizer o valor que recebeu durante o período.

Segundo Bajerski, ele recebia dinheiro vivo para o pagamento das despesas, de Heinz Herwig, na época coordenador geral de campanha, e atualmente conselheiro do Tribunal de Contas (TC). Ex-secretário dos Transportes, ele adiou a posse no TC para assumir a campanha, a pedido do governador Jaime Lerner (PFL).

Em depoimento prestado em maio pela PF, Herwig negou ter cuidado do dinheiro a campanha. Os valores atribuídos a ele no livro caixa somam R$ 412 mil. São três registros seqüenciais, com data de 27 de outubro, véspera do segundo turno das eleições de 2000. A primeira, de R$ 180 mil, traz a indicação ?comitês regionais?; a segunda, de R$ 200 mil, identifica ?coordenação de comitês?; e a última, de R$ 32 mil, traz apenas o nome de Heinz Herwig.

Voltar ao topo