Defesas de presos na Radioatividade afirmam estar à disposição da Justiça

A Eletrobras declarou na terça-feira, 28, que está “buscando obter as informações necessárias” sobre a 16ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Radioatividade, que cumpriu 30 mandados (23 de busca e apreensão, duas prisões temporárias de suspeitos e cinco de condução coercitiva) em Brasília, Rio, Niterói (RJ), São Paulo e Barueri para apurar irregularidades em contratos da Eletronuclear, subsidiária da estatal que opera as usinas termonucleares Angra 1 e Angra 2 e constrói Angra 3. Foram presos o presidente licenciado da subsidiária, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, e o presidente da Andrade Gutierrez Energia, Flávio Barra.

Em fato relevante divulgado à Comissão de Valores Mobiliários no início da noite de ontem, a Eletrobras acrescentou que “manterá o mercado informado oportunamente” sobre a defesa em relação ao caso.

A defesa do almirante afirmou estar em fase de análise dos motivos que levaram à prisão de Pinheiro da Silva. “Nos deram só o mandado de busca e apreensão, mas não nos deram a decisão. Estamos analisando para ver por que o juiz decretou a prisão temporária dele (almirante) para tomarmos as medidas legais cabíveis”, disse o advogado Helton Pinto. A reportagem não localizou representantes da empresa do almirante, Aratec Engenharia, que, segundo a Procuradoria, recebeu propina do esquema de desvios envolvendo a estatal.

A Andrade Gutierrez disse, por meio de nota, que seus advogados estão analisando os termos da ação da Polícia Federal. A empreiteira ainda informou que “sempre esteve à disposição da Justiça”.

A Odebrecht reiterou que está colaborando com as investigações e que não cometeu ilícitos. A Queiroz Galvão alegou que está cooperando com as investigações e negou “veementemente qualquer pagamento ilícito a agentes públicos para obtenção de contratos ou vantagens”. O Grupo MPE, cujo presidente do conselho de administração Renato Ribeiro prestou depoimento à PF, informou que está colaborando. “Renato Ribeiro prestou depoimento na condição de testemunha na sede da Polícia Federal do Rio de Janeiro, sendo liberado logo depois”, diz a nota.

A Techint, cujo diretor-geral Ricardo Ourique Marques também foi ouvido pela Polícia Federal, declarou que “forneceu todas as informações solicitadas e permanece à disposição das autoridades”.