Declaração de ministra facilita unificação da Copel

O presidente da Copel, Paulo Pimentel, disse ontem que a decisão da ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, de permitir que a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) continue verticalizada, mas com a contabilidade separada, favorece a determinação do governo do Paraná de reagrupar a Copel em uma única empresa. “A transformação da Copel em diversas empresas obedeceu ao critério do governo anterior, que queria a sua privatização. O atual governo quer a Copel pública e participando do desenvolvimento do Paraná, e a sua verticalização reduz custos, além de aumentar sua eficiência”, avaliou.

Segundo o presidente da Copel, a posição da ministra se identifica plenamente com a do governador Roberto Requião (PMDB). “A postura da ministra indica que em poucos meses a companhia voltará a ter a configuração de empresa única, responsável pela geração, transmissão e distribuição de energia elétrica”, disse. Pimentel, que já tomou várias medidas administrativas e financeiras para que a empresa volte a responder por todos os setores, comunicou à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que o governo do Paraná – acionista controlador da Copel – quer reverter o processo de pulverização da empresa feito no governo passado.

Compromissos

Ele lembrou que a Cemig não acatou o pedido da Aneel de repartir as atividades da empresa em unidades independentes e, com isso, teve um melhor desempenho. “A Copel retoma sua postura original e, assim, terá condições de responder melhor aos investidores e aos paranaenses. O Paraná sempre teve orgulho da companhia pela sua eficiência e confiabilidade, e vamos responder a isso com uma administração eficiente, voltada para o desenvolvimento do Estado e a satisfação dos acionistas”, comentou.

Ainda de acordo com Paulo Pimentel, durante a tentativa de privatizar a Copel, toda a sociedade paranaense foi contra porque reconhece em seu corpo técnico e sua estrutura administrativa uma empresa fundamental para o desenvolvimento do Estado. “Cabe a nós transformar esse desejo em realidade”, disse o presidente da empresa, lembrando ainda dois compromissos assumidos pelo governador Roberto Requião durante a campanha e que serão executados nos próximos meses. “A isenção da tarifa mínima para as famílias mais pobres e o desconto de 40% no preço da energia para as empresas que se instalarem nas regiões economicamente deprimidas virão logo”, adiantou.

Requião revê contratos

Guilherme Voitch

O governador Roberto Requião disse ontem, durante a cerimônia de posse do novo presidente do Tribunal de Contas, Henrique Naigeboren, que vai rever os contratos assinados entre governo do Estado e empresas acionistas da Sanepar durante a gestão de Jaime Lerner. Segundo o governador, as três empresas que integram o consórcio – Banco Oportunity, Grupo Andrade Gutierrez e o grupo francês Vivandi – estão ?mandando? na empresa, mesmo detendo apenas 32% das ações.

“Esse consórcio comprou as ações por um terço de seu valor real e agora ficou com o controle da Sanepar. Vamos procurar o diálogo para restabelecer uma parceria justa com as empresas. Se isso não acontecer vamos para a via judicial”. ressaltou o governador, lembrando que a Cemig passou por situação semelhante e a Justiça devolveu ao governo estadual o controle da empresa.

Requião também criticou a postura do governador Jaime Lerner, que, segundo ele, ?sonegou? a informação durante o processo de transição. “Fiquei estupefato ao saber desse acordo um dia antes da minha posse.” Pelo contrato, o governo do Estado libera as empresas do pagamento de R$ 190 milhões até 2011.

Pedágio

O governador também voltou a atacar as concessionárias que administram as rodovias paranaenses. Segundo ele, as concessionárias estariam adotando uma postura de enfrentamento com o governo do Estado. “Já disse isso, ou baixa o pedágio ou vamos pra Justiça.”

Voltar ao topo