Decisão de Curi fragiliza mais o PMDB

A decisão do deputado Alexandre Curi (PMDB) de compor com o deputado Nelson Justus (PFL) na disputa pela presidência da Assembléia Legislativa aprofundou as divergências na bancada do PMDB. O deputado Nereu Moura (PMDB), que está tentando obter o apoio da bancada para disputar o cargo, classificou a decisão do colega como ?individualista? e desrespeitosa com o partido. ?O tiro vai sair pela culatra porque a pessoa que não tem postura de coerência, não se dá bem na Assembléia?, afirmou Moura, que está vendo o acordo entre Alexandre e Justus fragilizar ainda mais a sua candidatura, já ameaçada pela falta de consenso na bancada.

Alexandre justificou que suas negociações com Justus foram decorrentes da falta de unidade da bancada peemedebista. Ele disse que já havia avisado à bancada que se o consenso não viesse em torno de um único nome, ele aceitaria o convite para ser candidato a 1.º secretário na chapa de Justus.

Para Moura, entretanto, Alexandre se antecipou ao desfecho do processo de discussão interna. ?Tinha que esgotar a discussão no partido. Até lá, o mínimo que se espera é respeitar os companheiros. Mas tem gente nova que ainda não aprendeu isso?, criticou Moura.

Descompasso

As desavenças no PMDB não se restringem a Nereu e Alexandre. O presidente estadual do partido, Dobrandino da Silva, que também é pré-candidato, disse que o processo interno está sendo malconduzido. Dobrandino acha que os colegas estão queimando etapas. ?A eleição é só no dia 1.º de fevereiro do ano que vem. Até lá, muita coisa vai acontecer. Qualquer acordo que se fizer agora pode não perdurar até o dia da eleição. Agora funciona na base do todo mundo promete apoio para todo mundo. Mas o que vale mesmo é o acordo do último dia?, comentou.

Dobrandino disse que o rumo das articulações foi ditado pelo governador Roberto Requião (PMDB), quando declarou que não iria se posicionar. ?Eu já falei duas vezes com o governador para que ele sinalizasse o apoio. Mas ele disse que não se envolve. Agora, nós vamos ter que nos quebrar para tirar um candidato nosso. E isso favorece o Nelson Justus?, analisou o presidente estadual do partido.

Em marcha

Enquanto o PMDB se digladia, Justus está montando a sua chapa. Ele aguarda para hoje uma resposta da bancada do PT, que convidou para indicar o candidato a 2.º secretário. Ontem, o presidente estadual do PT, deputado André Vargas, afirmou que o partido irá ouvir Moura e Justus e, depois de conhecer o projeto de cada um, irá definir. Mas adiantou que Justus se enquadra no ?figurino? exigido pelo PT para comandar o Legislativo. 

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