O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, Adi dos Santos Lima, disse nesta terça-feira, 7, que a CUT já prepara novas rodadas de mobilização contra o PL 4330, que liberaliza a terceirização. A central acredita que o projeto tem chances de ser aprovado em primeira votação na Câmara dos Deputados nesta semana. Adi também deu um recado à presidente Dilma Rousseff caso a proposta chegue para sanção presidencial. “Se Dilma sancionar, vai ver a reação dos trabalhadores na rua. Ela tem que vetar ou vetar, não tem outra alternativa”, disse Adi, que havia repetido a crítica de que o governo relegou uma questão tão cara aos trabalhadores ao debate no Congresso Nacional.

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Adi liderou uma passeata que reuniu algumas centenas de pessoas em São Paulo com objetivo de protestar contra a terceirização em atividades fim, como está no PL. Ele disse que o movimento não foi maior na capital paulista porque boa parte da mobilização foi deslocada para Brasília, com sindicalistas dos setores metalúrgico, bancário e químico.

“Como é votação em dois turnos, vamos fazer mobilizações bem maiores aqui e em Brasília. A sociedade precisa comprar essa briga, porque não são só os sindicalistas, esse projeto prejudica a classe trabalhadora como um todo”, disse Adi. Segundo ele, com a terceirização de atividades fim, os trabalhadores podem ganhar de 30% a 40% menos e não terem os mesmos benefícios em relação aos contratos diretos com as empresas. A CUT alega também que as empresas conseguiriam também burlar o cumprimento de pisos salariais das categorias.

O sindicalista admite que, neste momento, a perspectiva de alterar o projeto de lei de forma a evitar a terceirização de atividade fim não é positiva. Mas, ao longo dos próximos meses, acredita que o ônus político de um projeto tão impopular vai pesar sobre os parlamentares.

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“Temos ciência de que temos hoje um Congresso reacionário, que não tem a cara da classe trabalhadora, que passa por falta de credibilidade. Mas, mesmo com esses problemas, achamos que passar esse projeto 4330 vai ficar muito feio para o Congresso.”