Cúpula do PFL silencia para apaziguar conflito

O presidente estadual do PFL, João Elísio Ferraz de Campos, decidiu adotar o silêncio como forma de aplacar a briga no partido, desencadeada pela obstinação do deputado federal Rafael Greca em disputar o governo contra a decisão da executiva estadual de apoiar uma chapa encabeçada pelo vice-prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB).

“Não quero alimentar discussões que não levam a nada. Essa é minha técnica de apaziguamento”, disse o dirigente estadual, encarregado pelo presidente nacional, senador Jorge Bornhausen, de promover a reconciliação interna.

Ferraz de Campos, segundo sua assessoria, somente irá se pronunciar sobre o encontro com Bornhausen realizado em Brasília, na terça-feira, depois da reunião da executiva estadual da próxima segunda-feira. O presidente estadual do PFL quer evitar o debate público com Greca, que não tem poupado críticas à cúpula estadual do partido. Greca tem o reforço do vice-presidente estadual do PFL, Abelardo Lupion, que já defendeu até mesmo uma coligação com o PDT e o PTB no Paraná.

Ao longe

No PSDB, ninguém mais tem dúvidas de que as negociações com o PFL vão se arrastar até as convenções de junho, prejudicando a composição da chapa. O presidente estadual do partido, deputado federal Basílio Villani, pretendia fechar o nome do candidato a vice-governador com Ferraz de Campos já na próxima semana. O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), disse que pode demorar, mas a composição sai. “Em política, não há conforto ou desconforto. O interesse político-partidário sempre fala mais alto e o grupo que defende a aliança ganha fácil na convenção do PFL”, afirmou.

Mas no PSDB também tem um grupo que está observando com certa simpatia os obstáculos à composição com o PFL. Alguns tucanos resistem à coligação proporcional com o PFL. “Não se trata de um problema político, mas matemático”, disse um tucano, referindo-se às dificuldades que alguns candidatos proporcionais do PSDB teriam para se eleger numa coligação com o PFL.

O deputado estadual Algaci Túlio (PSDB) disse ontem que o PFL não deveria reprimir a candidatura de Greca. O tucano acha que Greca teria um papel estratégico na campanha. “Com sua experiência, o Greca poderia contestar nossos adversários. O Beto não tem esse estilo e deve ser perservado até porque no debate com o Requião e o Álvaro Dias serão tratadas questões do passado. O Beto não faz parte desta história. Sem o Rafael Greca na disputa, o debate político fica sem graça”, comentou Túlio.

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