Críticas de Vargas geram reações no secretariado

Um grupo de secretários do governador Roberto Requião (PMDB) planeja uma reunião hoje para exigir uma posição dos representantes do PT na equipe sobre as declarações do presidente estadual do diretório regional do PT, deputado estadual André Vargas.

A proposta é pedir ao secretário do Emprego e Ação Social, Padre Roque Zimmermann, e ao secretário especial de governo, Daniel Godoy, que saiam em defesa do governador, acusado pelo presidente estadual do PT de ter contribuído para a derrota do partido em Curitiba ao fazer críticas ao governo Lula.

As declarações de Vargas foram publicadas ontem e os integrantes do governo peemedebista responderam, mas acham que a reação deve ser mais incisiva, sobretudo por parte dos aliados petistas. Setores do PMDB acreditam que Vargas expressou uma opinião isolada, mas que as demais lideranças do PT deveriam se manifestar em favor do governador.

Ao fazer uma avaliação das razões que provocaram a derrota da aliança PMDB-PT em Curitiba, Vargas disse que o bombardeio do governador contra a política econômica do governo federal teria deixado o eleitor confuso e enfraqueceu o efeito da aliança entre os dois partidos em Curitiba. O presidente estadual do PT disse ainda que o governador não “gerenciou” como deveria as negociações de coligações entre PT e PMDB nas demais cidades. “O governador se empenhou em Curitiba, mas o processo de gestão de alianças careceu de gerenciamento. Um mais um não deu nem dois em Curitiba e em outras cidades”, provocou.

Ouvidos moucos

Alguns integrantes do governo concluem, entretanto, que o PMDB não deveria dar ouvidos às manifestações de Vargas. “O interlocutor de Lula no Paraná não é o André Vargas. O governador tem uma relação pessoal com o presidente da República. A conversa entre os dois é franca. O Lula fala direto com o governador que já fez a ele as críticas que faz publicamente à política econômica. Além disso, um dos saldos positivos da campanha em Curitiba foi que, apesar das divergências, nós saímos muito unidos, o PT e o PMDB”, disse o secretário geral do PMDB e presidente da Cohapar, Luiz Claudio Romanelli.

Para Romanelli, trata-se de um “pequeno desaforo” cometido por Vargas que não pode desencadear uma crise entre os dois partidos. “O Daniel Godoy e o Padre Roque são companheiros valorosos de governo e têm boas posturas. Acho que é melhor nos concentrarmos na relação que temos com o conjunto do PT”, afirmou.

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