Com o governador José Roberto Arruda (sem partido) fora da disputa pelo governo do Distrito Federal – por causa do mensalão do DEM -, o PSDB do governador paulista e presidenciável José Serra faz planos para montar um palanque alternativo em Brasília. A ideia é fazer parceria entre os tucanos e o PDT do DF, com o senador Cristovam Buarque encabeçando uma chapa para disputar o governo local. Serra deve procurar Cristovam nos próximos dias, com o objetivo de sondá-lo sobre a candidatura ao Palácio do Buriti, sede do governo de Brasília.

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Os dois se entendem bem desde 1994, quando Serra, então senador, subiu no palanque de Cristovam, na disputa pelo governo do DF contra o candidato do PMDB, Joaquim Roriz. O apoio do PSDB no segundo turno da corrida eleitoral, após a derrota de sua candidata Maria de Lurdes Abadia, foi decisivo para a vitória de Cristovam, que à época era filiado ao PT. Ainda hoje, o senador pedetista é grato pelo apoio do tucanato que, àquela altura, acabara de derrotar Luiz Inácio Lula da Silva na disputa presidencial.

Porém, a gratidão pelo apoio pretérito não é sinônimo de parceria futura. Não em se tratando do governo do Distrito Federal. “Não é isso que eu quero”, afirma Cristovam. O projeto pessoal pelo qual o pedetista trabalha é a reeleição para o Senado. Mas o pedetista não fecha a porta para Serra trabalhar a montagem de palanque.

“Reconheço que, se o Roriz for candidato, vai ser muito difícil eu dizer não à população”, diz o senador. “Onde vou, cobram minha candidatura e me dizem que eu não posso deixar o governo do DF na mão da mesma turma”, afirma Cristovam, referindo-se à velha parceria entre Arruda e seu padrinho político Joaquim Roriz.

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