Cristovam: indicados pelo PDT no DF deixarão governo

Os integrantes do PDT que têm cargos no governo de José Roberto Arruda, no Distrito Federal, vão pedir desligamento de seus cargos, anunciou hoje, em plenário, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Devem pedir afastamento, conforme a assessoria do senador, os secretários do Trabalho, Israel Batista; da Educação Integral, Marcelo Aguiar; e de Escolas Técnicas, Edilson Barbosa. O gesto será seguido pelos assessores especiais Eduardo Lopes e Peniel Pacheco.

“A partir de amanhã, nenhum deles estará neste governo, nem mesmo aqueles que não foram para lá com qualquer aval do PDT, mas por opção pura e simples do governador, pela amizade pessoal. Nem esses continuarão no governo”, disse Buarque.

Candidatura

Além de fechar questão pelo afastamento dos pedetistas do governo Arruda, o diretório regional do PDT decidiu ainda lançar candidato próprio ao governo do Distrito Federal nas eleições de 2010. O candidato deve ser ou o deputado distrital João Antônio Reguffe, ou o senador Cristovam Buarque, ex-governador do DF. O nome de um deles será referendado em reunião da Executiva Nacional no início do próximo ano, de acordo com a assessoria do partido.

Reguffe vinha, desde o início do ano, se colocando à disposição do partido para ser candidato ao governo do Distrito Federal. Porém, parte do PDT local defendia o apoio à reeleição de Arruda. Outra parte defendia ainda uma aliança com o PT. Há duas semanas, Reguffe havia anunciado desistência da candidatura própria para “evitar constrangimentos ao partido”.

CPI no Senado

Cristovam anunciou também que Reguffe pedirá a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Legislativa do Distrito Federal para investigar o esquema de arrecadação e distribuição de propina no governo estadual. De acordo com inquérito da Operação Caixa de Pandora, comandada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), o governador do DF, José Roberto Arruda (DEM), era o chefe do esquema.

“A partir dessa CPI, dependendo do resultado dela, vamos apoiar firmemente a decisão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de pedir o impeachment do governador. Nós não vamos nos apressar a pedir o impeachment antes da CPI. Nós queremos, primeiro, uma CPI”, disse o senador pedetista.

Durante o discurso de Cristovam Buarque, o senador Mão Santa (PSC-PI) observou que a maioria dos deputados da Câmara Legislativa do Distrito Federal é citada no inquérito da Operação Caixa de Pandora e, por isto, seria inócuo delegar aos parlamentares a função de investigar as denúncias. Mão Santa sugeriu, então, a criação de uma CPI para investigar o caso no Senado. “Nós senadores é que vamos fazer a CPI. Brasília é de todos nós, é a Capital Federal. Todo mundo assinará o requerimento. Como é que vão fazer se está todo mundo corrompido lá na Câmara Legislativa. Aquilo é pilhéria”, disse Mão Santa.

No momento da intervenção de Mão Santa, Cristovam Buarque disse concordar com a sugestão de instalar uma comissão no Senado. Minutos depois, porém, disse à imprensa que ainda vai estudar a possibilidade antes de anunciar formalmente a ideia.