Apesar de o senador Cristovam Buarque (PDT-SP) ter sido cortejado por membros do PV para ser lançado a vice em uma eventual candidatura de Marina Silva ao Palácio do Planalto em 2010, o pedetista afirmou em entrevista à Agência Estado que seu desejo é encabeçar uma chapa à Presidência da República pelo PDT, como fez em 2006. “Tem me animado bastante a hipótese de ser candidato à sucessão”, disse.

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Antes avesso à possibilidade de sair como cabeça de chapa em uma disputa à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pedetista mudou de ideia nos últimos dias. Os escândalos recentes no Senado, que têm como pivô o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), fizeram com que Cristovam reavaliasse a hipótese de lançar seu nome pelo PDT. “Eu não me sinto mais estimulado em ser senador. Não estou feliz no Senado. A Casa tem vivido momentos de tristeza que reforçam a imagem de um Brasil tomado pela velha corrupção”, disse.

No entanto, Cristovam teme que o esperado anúncio da participação da ex-ministra do Meio Ambiente na disputa eleitoral dificulte a construção de um leque de apoios à sua eventual candidatura. “O PV já está anunciando em agosto a provável candidatura de Marina Silva. Eu temo que o meu partido deixe para a última hora o lançamento do meu nome ou de nosso candidato, tornando inviável a articulação de apoios”, alertou.

O lançamento de uma candidatura própria para 2010 já é assunto discutido entre as lideranças do PDT. O presidente da sigla, deputado federal Carlos Eduardo Vieira da Cunha (RS), diz que a legenda tem estudado nos últimos dias algumas opções com envergadura eleitoral, mas admite que Cristovam Buarque é o melhor nome de que o partido dispõe no cenário atual. “Nossa primeira opção é apoiar um candidato do PDT que tenha reconhecimento nacional, como o Cristovam”, avaliou.

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No caso de a candidatura do senador não encontrar viabilidade na convenção nacional do partido, prevista para fevereiro do ano que vem, o presidente do PDT disse que a sigla deve apoiar a eventual candidata do PT à Presidência da República, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Seria uma tendência natural, uma vez que fazemos parte do bloco governista.”

Tucanos

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Um dos articuladores do apoio do PDT ao PT em uma eventual candidatura de Dilma, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, minimiza um quadro eleitoral com Cristovam como candidato à sucessão presidencial. “Ele já entrou na disputa uma vez.” Paulinho ainda lembra que a sigla pode integrar uma coligação tucana caso o candidato ao Planalto seja o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). “Temos uma afinidade com a candidatura de Aécio. Agora, se o candidato do PSDB for (José) Serra, apoiaremos a Dilma.”

A hipótese de apoio da sigla à pré-candidata do governo não agrada Cristovam. O pedetista teme que uma decisão nesse sentido crie desavenças entre as lideranças da sigla. “Vão ter pedetistas que apoiarão Dilma, outros que apoiarão (José) Serra (PSDB) e alguns darão suporte a Marina. Eu, por exemplo, daria meu apoio a Marina”, afirmou.