Crescimento do PSB não será barrado, diz Campos

Depois de duas horas de conversa com a presidente Dilma Rousseff, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), deixou o Palácio do Planalto evitando falar sobre a possibilidade de sair candidato em 2014, sem, no entanto, negar que isso possa acontecer. “A gente não precisa eleitoralizar o debate político nesse instante”, respondeu ele à imprensa, ao ser questionado inúmeras vezes sobre sua candidatura ao Planalto para suceder Dilma.

Ainda assim, o governador fez questão de deixar um alerta no ar sobre o futuro. “O PSB cresceu. Cresceu em 2006, em 2010, em 2012 e esse crescimento do PSB não será barrado”, advertiu, mandando um recado que não aceitará que o partido seja “barrado” em qualquer projeto, por considerar que o PSB, pelo seu tamanho e desempenho eleitoral, tem espaço, seja na base da presidente Dilma, seja em um projeto próprio.

A conversa dos dois foi marcada na semana passada, quando Dilma recebeu Campos, na Base Naval de Aratu, na Bahia, onde passava férias. O governo e o PT estão preocupados com as movimentações de Campos e de aliados do PSB. Esses correligionários têm dito que já viram que o PMDB é o aliado preferencial do Planalto e que não terão espaço para crescer nesta aliança, sugerindo que irão desembarcar do governo em 2014. Mas, para 2013, todo o discurso é de apoio à Dilma.

“Não interessa ao País começar a montar palanque já em janeiro deste ano”, disse Campos, ao salientar que o PSB vai ajudar a presidente a enfrentar os problemas da economia neste ano de 2013 e no Congresso. Afirmou, inclusive, que a candidatura de Júlio Delgado (PSB-MG), à presidência Câmara dos Deputados, em oposição a Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), apoiado pelo Planalto, está sendo defendida pela bancada e ele tem esta prerrogativa.

Segundo Campos, na conversa, a presidente demonstrou estar convencida de que a economia crescerá mais este ano, que as medidas adotadas em 2012 darão resultado a partir de agora. E emendou: “E nós vamos ajudar a presidente Dilma a vencer o ano de 2013”. Na avaliação de Campos, se Dilma fizer um grande ano de 2013, “tem tudo para fazer um grande ano de 2014”. (AE)