O senador Roberto Requião, candidato do PMDB ao governo, disse ontem em Quatro Barras que a subida de Ciro Gomes nas pesquisas não preocupa o partido no Paraná. Ciro, que é candidato do PPS à Presidência da República, já divide a segunda posição com o candidato da aliança do PSDB-PMDB, José Serra.
De acordo com analistas políticos, a ascensão de Ciro também beneficiaria a composição PDT-PPB-PTB, que tem o senador Álvaro Dias como candidato ao governo. “O Paraná não aceita a aliança feita pelo Álvaro para a disputa”, disparou Requião.
De acordo com a última pesquisa divulgada pelo Ibope, Ciro subiu de 11 para 18%, provocando um empate técnico com Serra, que caiu de 19 para 17%. Como o PDT apóia nacionalmente a candidatura de Ciro, Álvaro estaria tentando se beneficiar desse bom desempenho e já teria provocado um atrito com o candidato do PPS ao governo, deputado federal Rubens Bueno. Álvaro quer exclusividade no palanque do presidenciável aqui no Estado.
Requião admitiu que, antes de se decidir pela candidatura ao governo, até pensou em fazer um acordo com Álvaro, a quem chamou de “velho companheiro”. Mas não poupou críticas à aliança costurada pelo pedetista para a disputa do governo, classificando-a de “quatrilho”. O senador se refere ao próprio Álvaro, ao presidente nacional do PTB, José Carlos Martinez, ao presidente estadual do PPB, José Janene, e a um dos candidatos da coligação ao Senado, deputado Estadual Tony Garcia.
Corpo-a-corpo
A agenda de visitas do ex-governador Paulo Pimentel e do senador Requião prossegue hoje. Eles começam por Antônio Olinto, seguem para São Mateus do Sul, São João do Triunfo, Palmeira, Porto Amazonas, Balsa Nova e Campo Largo. Ontem, estiveram em mais sete municípios. Em Bocaiúva do Sul, conversaram com moradores e pequenos comerciantes. Em seguida, Pimentel e Requião foram até o Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul. Com 700 funcionários e 150 internamentos por dia, o hospital já se tornou uma referência na região.
Depois se deslocaram para Quatro Barras, onde foram recebidos pelo prefeito Roberto Adamoski. O mesmo aconteceu em Piraquara, onde eram aguardados pelo prefeito João Guilherme Ribas Martins. Requião e Pimentel ainda passaram por Rio Branco do Sul, Itaperuçu, Lapa e Campo Magro. Em seus pronunciamentos, Pimentel lembrou que, apesar de ainda faltarem quase três meses para a eleição, o momento é de atenção. O ex-governador destacou o bom desempenho do PMDB nas pesquisas e fez um pedido aos companheiros de partido. “Não podemos deixar a campanha cair”. A agenda do candidato do PMDB ao senado, ex-governador Paulo Pimentel, e do candidato ao governo, senador Roberto Requião, não vai ser conjunta nesta sexta-feira. Requião fica em Curitiba para reuniões do partido. Já Pimentel viaja para Umuarama, onde vai participar da posse do novo presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola, Carlos Alberto Pimentel Gonçalves.
Simões prevê efeito favorável
Animado com os números divulgados nas últimas pesquisas de intenção de voto para a presidência da República, o deputado estadual Carlos Simões (PTB), candidato à reeleição pela coligação da Frente Trabalhista, avalia que as duas chapas para deputado estadual e federal tendem a se beneficiar com o crescimento que Ciro Gomes (PPS) está apresentando. O Vox Populi e o Ibope apontaram o candidato do PPS empatado com o do PSDB, em segundo lugar.
Para Carlos Simões, a corrida presidencial tem reflexos na eleição majoritária e proporcional no Paraná. E o segundo lugar de Ciro Gomes verificado a apenas alguns dias do início oficial da campanha, indica que o PTB “sempre esteve certo, desde o ano passado, quando construía a Frente Trabalhista em apoio à candidatura do PPS”. Para o líder do PTB na Assembléia, o desempenho do candidato apoiado pelo partido a praticamente três meses antes da eleição “não deixa dúvidas de que Ciro Gomes estará no segundo turno”.
A consequência entre os políticos paranaenses que estão coligados em torno da candidatura presidencial será benéfica, em sua opinião.