A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras aprovou nesta quinta-feira, 18, o relatório do deputado Marco Maia (PT-RS). Com a presença de deputados e senadores da base aliada, o parecer foi aprovado por 19 parlamentares e com a objeção de oito membros da oposição. O relatório de Maia sofreu modificações nesta quarta-feira, 17. Na nova versão, o petista pediu o indiciamento de 52 pessoas – o que não ocorria no primeiro texto – e confirmou prejuízo aos cofres da Petrobras na compra da refinaria de Pasadena. Em conversa com jornalistas, Maia defendeu ainda a saída da atual diretoria no cargo, entre eles da presidente Graça Foster.

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Apesar das mudanças, CPMI encerrou seus trabalhos sob protestos da oposição, que promete trabalhar para retomar as investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras no próximo ano. Em seu discurso, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) defendeu que a investigação seja reaberta e aborde indícios de irregularidades nos negócios da Petrobras na África, na Argentina. Ele acusou a atual presidente Graça Foster de mentir ao Congresso e de acumular a diretoria internacional da estatal para “apagar impressões digitais de corrupção”. “Em qualquer país sério, a presidente da companhia seria exonerada”, declarou. O relatório paralelo apresentado pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) será encaminhado ao Ministério Público Federal.

A reclamação da oposição é que a comissão teve dificuldades para investigar as denúncias por manobras do governo e de seus aliados. Hoje, por exemplo, os governistas atrasaram a reunião e ontem não deram quórum. A base conseguiu anular a reunião da noite de ontem onde a maioria da oposição caminhava para derrubar o parecer de Maia.

Já os aliados do governo insistiram que a atual administração investiga os casos de corrupção e acusou a oposição de promover o terceiro turno da sucessão presidencial. O líder da bancada do PT no Senado, Humberto Costa (PE), condenou os “vazamentos seletivos” da operação Lava Jato e associou a ação da oposição ao inconformismo com a derrota de Aécio Neves (PSDB) na sucessão presidencial. “Tentaram criar as condições para um hipotético impeachment”, afirmou.

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