CPI e força-tarefa vão trabalhar em conjunto

Integrantes da CPI Mista do Banestado se reuniram ontem com o governador Roberto Requião, no Palácio Iguaçu, para pedir o apoio do Estado ao processo de investigações de evasão de recursos através de contas CC5 da agência do Banestado em Nova York.

Segundo o presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB), os parlamentares confiam na ajuda de Requião, que garantiu dar a assistência que for necessária em relação ao assunto. Também participaram da reunião a senadora Idelli Salvatti (PT), os deputados federais José Mentor (PT), relator da CPI, Rodrigo Maia (PFL-RJ), vice-presidente, Clair da Flora Martins (PT) e Paulo Bernardo (PT) e o delegado da Polícia Federal Fernando Aires, assessor na CPI.

À tarde a comissão se encontrou com a força-tarefa no Paraná, que está em trabalho de investigação até agosto e receberá o suporte da CPMI para o cruzamento de informações que constem nos bancos de dados das duas equipes. Da mesma forma, os parlamentares receberão informações obtidas através das investigações dos Procuradores e policiais federais.

Concluído esse processo de investigações, o Ministério Público Federal deverá apresentar denúncia à Justiça Federal dos casos em que forem verificadas irregularidades. E, em seguida, será feita uma nova força-tarefa, desta vez para verificar o inquérito 207/98, que trata das contas no exterior. “Esse trabalho da força-tarefa é sigiloso e necessário. E está sendo feito de uma forma muito eficiente”, afirmou o senador Antero Paes de Barros, presidente da CPMI. “Quem ainda acredita que a força-tarefa e a CPI não chegariam a lugar nenhum, vai ter surpresas.”

Inquéritos

A força-tarefa, instalada na sede do Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba desde o dia 6 de maio, é formada por oito Procuradores da República, 20 funcionários da Procuradoria da República no Paraná, dois delegados de Polícia Federal e mais dez agentes e peritos da Polícia Federal.

Já há cerca de dois mil inquéritos em andamento, relativos a irregularidades verificadas em contas mantidas sobretudo em Foz do Iguaçu, muitas delas abertas em nome de “laranjas”. Há depositantes de todo o país que se utilizam das CC5 para remessa de dinheiro ilegal ao exterior. Grande parte dos inquéritos chegou no dia 23 de maio à Procuradoria da República na Capital.

Os membros da CPMI pediram a colaboração de parlamentares paranaenses que já têm um trabalho avançado na CPI do Banestado na Assembléia Legislativa. “Nosso trabalho aqui está adiantado. Temos informações que a CPI Mista em Brasília não tem e vamos ajudar nesse processo. Queremos saber por que o Banestado foi privatizado tão rápido. Provavelmente para encobrir negociações ilegais”, disse o deputado Mário Bradock, relator da CPI estadual, que participou do um almoço oferecido por Requião aos membros da CPI Mista na Granja do Canguiri. Também ficou acertado que Bradock e o presidente da comissão estadual, Neivo Beraldin (PDT) serão convidados a depor na CPI mista em Brasília sobre os temas já levantados na Assembléia Legislativa.

De acordo com José Mentor, todo o apoio é fundamental nesse trabalho. “O Paraná vai nos ajudar muito. O Requião tem uma história nacional e foi protagonista em várias investigações que ajudaram o Brasil”, afirmou.

Segundo Antero Paes de Barros, o Ministério Público Federal em Curitiba tem muitos documentos comprovando remessas de dinheiro para o exterior. “Estamos fazendo uma seleção de informações. Queremos conseguir que o Brasil volte a ter acesso a informações que são protegidas pelas leis americanas. Com provas da ilegalidade das negociações haverá maior cooperação das autoridades dos EUA”, afirmou o senador, que recebeu documentos sobre contas CC5 do governador Roberto Requião. “Com o material aqui obtido conheceremos quem são as pessoas envolvidas”, explicou Mentor.

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