CPI do Banestado se reúne hoje em Curitiba

O presidente da CPI mista do Banestado, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), e o relator, deputado José Mentor (PT-SP), reúnem-se hoje em Curitiba com os integrantes da força-tarefa formada por procuradores do Ministério Público Federal, funcionários da Receita Federal e Polícia Federal, que estão investigando o processo de evasão de recursos por meio das contas CC5.

O vice-presidente da CPI, deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ) e o deputado paranaense Paulo Bernardo(PT) também participam da conversa que foi solicitada pelos representantes da CPI. Bernardo disse que a proposta é que os deputados e a força-tarefa trabalhem em conjunto para que as investigações da CPI sejam aceleradas. Estima-se que US$ 30 bilhões possam ter sido remetidos para fora do país irregularmente por meio da agência do Banestado em Nova York, entre 97 e o início de 2000.

O deputado paranaense disse que a força-tarefa está bem na frente nas investigações e que a CPI levaria muito tempo para alcançar os procuradores. “Se nós formos fazer o mesmo percurso, vamos levar muito tempo. O que queremos é que possamos trabalhar juntos e tomar conhecimento do que já foi feito até agora”, disse o deputado petista. Ele fez um contato há quinze dias com os integrantes do grupo para propor a colaboração.

Bernardo afirmou que, definida a cooperação, o próximo passo da CPI é acertar com a força-tarefa uma viagem no mês de agosto até os Estados Unidos para convencer as autoridades americanas a concordar com a quebra de sigilo bancário de algumas contas movimentadas em instituições do país, que seriam o destino final dos recursos enviados irregularmente ao exterior.

De acordo com o deputado, sem a colaboração americana, será quase impossível identificar os beneficiários do esquema. “Os verdadeiros destinatários só serão descobertos se houver a quebra de sigilo. Caso contrário, nós não vamos conseguir ir além dos “laranjas”. Se não tivermos a ajuda dos bancos americanos, não vamos conseguir avançar”, comentou.

O deputado informou que os integrantes da CPI já obtiveram a promessa do Ministro da Justiça, Márcio Bastos, e do procurador Geral da República Cláudio Fontelles, de que haverá financiamento para as investigações. “Até porque sem esse suporte também não vamos longe”, afirmou.

 

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