CPI do Banestado ouve delegado e procurador

A última semana da convocação extraordinária foi reservada pela CPI do Banestado a audiências públicas com duas das autoridades mais envolvidas nas investigações sobre a evasão de divisas e a lavagem de dinheiro no país: hoje os senadores e deputados da comissão ouvem o delegado da Polícia Federal José Castilho Neto e amanhã tomam o depoimento do procurador da República Luiz Francisco de Souza, que já depôs e hoje assessora a CPI do Banestado na Assembléia Legislativa.

Castilho foi o responsável pela investigação das contas correntes da agência do Banestado em Nova York e vai falar oficialmente à CPI sobre o assunto. Depois de meses apurando informações nos Estados Unidos, Castilho foi afastado do caso. Os parlamentares chegaram a sugerir sua inclusão na equipe de assessoramento da comissão, mas preferiram aguardar o depoimento do delegado.

O procurador Luiz Francisco, que esteve em evidência no caso da violação do painel eletrônico do Senado Federal, coordena o núcleo do Ministério Público responsável pela investigação de autoridades do governo em esquemas de evasão de divisas e de lavagem de dinheiro. Como o esquema de utilização de contas CC-5 para remessa ilegal de recursos provenientes de crimes como o tráfico de drogas e a corrupção já havia sido detectado em outras CPIs, como a dos Precatórios, Luiz Francisco reúne informações que podem adiantar os trabalhos e ajudar nas conclusões da comissão.

A programação é que os dois depoimentos sejam feitos em reuniões abertas e, somente se houver necessidade, o presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), deve determinar a audiência dos depoentes em reunião reservada. Em alguns casos, como ocorreu no depoimento dos procuradores da República no Paraná, a utilização de informações protegidas pelos sigilos bancário e fiscal impede que as reuniões – ou parte delas – sejam abertas ao público e tenham transmissão direta pela Rádio e pela TV Senado.

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