A chamada CPI das fake news no Congresso Nacional enviou ofício ao Facebook solicitando a entrega de “relatório completo” sobre as investigações feitas pela empresa que, em julho do ano passado, resultaram na suspensão de 196 contas e 87 perfis.

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A comissão parlamentar de inquérito cobra a entrega das informações em até dez dias úteis e avalia sanções caso o prazo não seja cumprido. A CPI quer ainda ouvir o depoimento do deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) na sessão do dia 16.

A ação do Facebook em 2018 derrubou quatro páginas ligadas ao Movimento Brasil Livre (MBL), além da Brasil 200, movimento ligado ao empresário Flávio Rocha, que chegou a cogitar se candidatar à Presidência pelo PRB, e diversos outros perfis.

Os detalhes da investigação do Facebook nunca foram divulgados publicamente. A empresa se limitou a dizer que os perfis suspensos “faziam parte de uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas”. A reportagem apurou que a investigação durou meses e derrubou até perfis de usuários registrados com identidade real que tinham conexão com contas falsas.

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De acordo com o presidente da CPI, senador Angelo Coronel (PSD-BA), a comissão estuda com a consultoria legislativa do Senado o que poderá ser feito caso o Facebook não entregue o relatório. Ele ameaçou “judicializar” a questão se o pedido dos documentos não for atendido.

Dono de quatro páginas derrubadas na época pelo Facebook, o MBL classificou o ato como “censura” em julho de 2018. As páginas suspensas eram de grupos locais do movimento nos municípios de Caraguatatuba, Jacareí, São José dos Campos e Taubaté, no Estado de São Paulo.

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‘Palanque’

Procurado pela reportagem, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), eleito pela Câmara após ganhar visibilidade com o MBL, disse não ter tomado conhecimento do ofício envolvendo a investigação do Facebook, e afirmou que a CPI “não é prioridade e nem vai dar grandes resultados”. “Acho que vai servir muito mais de palanque do que qualquer resultado prático.”

Procurado, o Facebook não quis comentar o ofício encaminhado pela CPI. Em nota, a assessoria do empresário Flávio Rocha, ligado ao movimento Brasil 200, que teve a página suspensa pela rede social, afirmou que “até hoje nunca teve uma explicação” do Facebook sobre o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.