A CPI da Petrobras retoma na tarde desta quarta-feira (05) seus trabalhos após duas semanas de recesso parlamentar. A primeira oitiva deve ser a de Shinji Tsuchiya, presidente da Mitsui. O executivo japonês deve ser questionado sobre denúncias de pagamento de propina a intermediários do PMDB.

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O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, são acusados de receber US$ 40 milhões no âmbito de dois contratos assinados em 2006 e 2007 pelo estaleiro coreano Samsung Heavey Industries, em parceria com a japonesa Mitsui, para entrega de dois navios-sonda – equipamentos para exploração de petróleo em águas profundas.

A Mitsui também foi mencionada no depoimento do doleiro Alberto Youssef, que apontou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como um dos destinatários da propina paga num contrato de aluguel de sondas celebrado pela Petrobras.

Nesta tarde também estava previsto o depoimento de J.W.Kim, da Samsung Heavy Industry no Brasil. A empresa alegou que Kim não preside a companhia desde 2010 e que desde 2012 ele vive na Coreia do Sul. A CPI deve chamar outro representante para prestar depoimento.

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A “maratona” de oitivas desta tarde seguirá com quatro policiais federais: o agente Sérgio Ramalho Rezende e os delegados José Navas Júnior, Ricardo Hiroshi Ishida e Sérgio de Arruda Costa Macedo.

A expectativa é de que eles expliquem a interceptação de mensagens telefônicas entre Youssef e o executivo da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho. A defesa do empresário alegou que houve grampo ilegal, já que eles trocavam mensagens de texto por meio de aparelhos Blackberry.

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Tais celulares têm um sistema próprio para troca de mensagens de texto e, como os servidores que dão suporte ao sistema ficam no Canadá, teoricamente a polícia brasileira não poderia ter acesso ao seu conteúdo.