Contratos investigados na SETR somam R$ 46 mi

Um total de R$ 46 milhões em contratos da Secretaria dos Transportes, firmados no governo anterior, estão sob investigação, revelou o secretário Waldir Pugliesi (PMDB) na reunião semanal do secretariado com o governador Roberto Requião (PMDB), na manhã de ontem, no auditório do Museu Oscar Niemeyer. A renegociação de contratos em andamento também possibilitou uma redução de gastos da ordem de R$ 2 milhões na área, segundo Pugliesi.

De acordo com o governador Roberto Requião, o setor dos transportes é prioritário em termos de investimentos e a sua administração vai ter de atuar no essencial, resistindo à pulverização dos recursos. “A política clientelista, que não prestava contas e vendeu o patrimônio público, sustentada pelo modelo neoliberal, não terá mais lugar em nosso governo”, afirmou o governador.

Para o secretário Pugliesi, o neoliberalismo afastou o Estado de suas competências. Ele destacou os “equívocos” do governo anterior na sua área, entre os quais a sub-concessão da Ferroeste, a privatização das atividades portuárias e as concessões das rodovias estaduais.”Houve também grandes investimentos em rodovias municipais por interesse eleitoral, um baixo investimento na malha rodoviária estadual, uma série de obras inacabadas, além dos pagamentos “pró-rata” às empreiteiras, no valor de R$ 21 milhões, em 1998, que teriam beneficiado a campanha eleitoral”, denunciou o secretário.

Desmonte

Ao assumir a secretaria, Pugliesi diz ter encontrado os laboratórios de controle de qualidade do DER sucateados, assim como a frota de veículos pesados, máquinas e equipamentos. “Em 1994, quando Requião encerrou sua primeira gestão, o DER contava com 2.140 máquinas e equipamentos e uma frota de 1009 veículos pesados. Atualmente temos 943 máquinas e 681 veículos”.

Pugliesi afirmou ainda que o chamado anel de integração (malha rodoviária pedagiada) é, na verdade, um anel de desintegração, já que levou à destruição das estradas usadas como rota de fuga do pedágio, e que não estavam preparadas para suportar o aumento de fluxo de veículos e de tonelagem transportada. “Em 1994, 64% da malha rodoviária estadual era considerada muito boa. Hoje, esse índice baixou para 34%”, denunciou.

Requião lembrou que os quase 120 mil quilômetros de rodovias estaduais representam quatro voltas no globo terrestre. “Por isso, o Estado não pode jogar nenhum real fora com a política clientelista e tem de agir com correção e racionalidade para recuperar o que foi perdido”. O governador destacou que o patrimônio rodoviário do Paraná está avaliado em R$ 9 bilhões.

De acordo com o secretário dos Transportes, o governo anterior previu, através do programa BID V, a recuperação de 1.350 quilômetros de estradas ao custo de R$ 521 milhões. “Nós reestudamos essa proposta e vamos recuperar 4 mil quilômetros de rodovias, ao custo de R$ 503 milhões, para atingir a meta, em 2006, de um índice de qualidade muito boa de 70,5% , e baixar o atual índice de 38,3%, de condições muito ruins, para apenas 5%”.

Além da secretaria dos Transportes, também foram apresentados na reunião o diagnóstico e as ações já tomadas na Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) e na Ferroeste pela atual administração.

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