A força-tarefa da Lava Jato relacionou duas movimentações da contabilidade do “money delivery” operado pelo doleiro Alberto Youssef com a suposta entrega de dinheiro para Marice Corrêa de Lima, cunhada do tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, solicitada por um executivo da empreiteira OAS.

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Na denúncia criminal que ofereceu contra seis executivos do Grupo OAS, o Ministério Público Federal (MPF) considerou como elemento de prova o cruzamento do monitoramento telefônico do doleiro com a contabilidade informal que indicou o pagamento de valores para Marice, em dezembro de 2013.

“Diálogo travado em 3 de dezembro de 2013, no qual (Youssef e José Ricardo Nogueira Breghirolli, da OAS) combinam duas entregas a serem feitas por Youssef. A primeira, no mesmo dia 3, aos cuidados de sra. Marice (…), informando que a entrega é a mando de Carlos Araújo”, registra a denúncia. A Polícia Federal tenta identificar ainda quem é Carlos Araújo.

“Deve ser destacado que na planilha ‘Money Delivery’ apreendida há referência, para o dia 3 de dezembro, de registro dos valores de R$ 44.240 e R$ 200.000 com a indicação SP”, sustenta a denúncia.

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Atuação

Para o MPF, Breghirolli era “um dos principais responsáveis por viabilizar pagamentos de vantagens indevidas da OAS no interesse da organização criminosa”. Na quebra de sigilo de Youssef, o executivo da OAS está registrado na lista de contatos com o nome de “José Ricardo”.

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Na denúncia, os executivos da OAS, Youssef e seus operadores e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa são acusados de ter praticado 20 atos de corrupção e 14 de lavagem de dinheiro. Só nos contratos da OAS com a Diretoria de Abastecimento, entre 2004 e 2012, o MPF almeja o ressarcimento de R$ 213 milhões, referentes aos 3% que eram desviados dos contratos.

À Justiça, Marice negou qualquer irregularidade. Apesar de sua prisão ter sido pedida, foi concedido à Polícia Federal apenas o direito de levá-la coercitivamente para depor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.