A média do reajuste do pedágio que as concessionárias do Anel de Integração querem implantar no Paraná a partir do próximo dia 1.º de dezembro é de 5%. O aumento ainda depende de decisão judicial, pois o reajuste foi negado pelo governo estadual pelo oitavo ano consecutivo.

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Se obtido na Justiça e aplicado pela concessionária Ecovia, por exemplo, que administra o trecho que liga Curitiba às praias do Paraná, pela BR-277, o aumento da tarifa poderá passar dos atuais R$ 12,70 para R$ 13,30 ou R$ 13,40 para veículos incluídos na classe 1, que inclui automóveis, caminhonetes e furgões.

Para trafegar em outro trecho, na BR-369, administrado pela concessionária Econorte, o motorista pode ter que desembolsar em torno de R$ 12,30, por exemplo.

O aumento é solicitado também para as rodovias administradas pelas empresas Caminhos do Paraná, Ecocataratas, Rodonorte e Viapar. Oficialmente, a diretoria regional da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) aguarda obter uma liminar judicial que garanta o aumento para então divulgar os valores das novas tarifas, o que o órgão espera que ocorra na semana que vem.

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As concessionárias estão confiantes em decisões judiciais favoráveis ao aumento da tarifa. “Eles (o governo) perderam todas as ações anteriores, já há uma jurisprudência”, afirmou o diretor da regional da ABCR, João Chiminazzo Neto, que também criticou o atual governo.

“Essa situação foi criada por uma visão política do governo porque talvez não tenham tanta coisa para mostrar nesse curto período de tempo que ficaram”, alfinetou.

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Chiminazzo rebateu as declarações do secretário estadual dos Transportes, Mário Stamm Junior, e negou que as concessionárias tenham colocado a extensão do contrato como condição para se discutir a redução da tarifa.

“Em momento algum fizemos qualquer imposição ao governo. Nosso contrato nem permite essa possibilidade”, esclarece. “Poderíamos mudar o cronograma de obras, mas antes gostaríamos de ver a questão jurídica resolvida entre DER e pedageiras, porque há ações do governo contra as concessionárias pedindo inclusive a extinção dos contratos”, completou. Stamm preferiu não comentar as declarações de Chiminazzo.

O reajuste anual das praças de pedágio está previsto no contrato de concessões firmado entre concessionárias e governo estadual, em 1998, com vigência de 24 anos.

O percentual do aumento corresponde à inflação do período aplicada a uma fórmula envolvendo índices do setor. No ano passado, o reajuste foi de 1,5% e, em 2008, foi de 9,7%.

Chiminazzo disse ainda que estará à disposição do novo governo, que assume dia 1º de janeiro, para negociar o pedágio. “Pelo discurso do novo governador (Beto Richa), ele pretende tratar o assunto de forma técnica. Temos expectativa de ter uma conversa madura sobre o assunto, não emocional ou política, como tem sido”.