Citados na Castelo de Areia negam doações ilegais

“A única avaliação é que eles (cúpula da construtora Camargo Corrêa) utilizavam nomes de políticos para desvios internos que faziam”, rechaçou o deputado licenciado e secretário municipal de Esportes em São Paulo, Walter Feldman (PSDB), ao ser questionado sobre a planilha encontrada pela Polícia Federal (PF) na sede da empreiteira. Para Feldman, o surgimento de seu nome nos autos da Operação Castelo de Areia é “uma pena” e “absolutamente ridículo”. “Eu jamais teria coragem de me encontrar com alguém para receber quantias”, assinalou.

O secretário disse que, à época dos supostos depósitos, era líder do PSDB na Assembleia Legislativa de São Paulo e afirmou ter feito um acordo com o então governador, Mário Covas, de que nunca cometeria erros políticos. “Eu disse: ‘A relação que eu tenho com você (Covas) impede qualquer tipo de deslize, porque eu te represento na Assembleia Legislativa’.”

O secretário da Casa Civil do governo de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira, afirmou por meio de nota que não recebeu valores ilegalmente durante a campanha de 1998, quando concorreu a uma vaga de deputado. “Toda a contribuição recebida pela campanha política de Aloysio Nunes Ferreira a Deputado Federal em 1998 foi devidamente declarada e as contas aprovadas”, diz a nota.

Entre os partidos, PSDB, DEM (ex-PFL), PTB, PMDB e PP (ex-PPB) negaram ter uma “contabilidade paralela” nas eleições de 1998 e reafirmaram que suas contas de campanha foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O deputado Milton Monti (PR-SP), que em 1996 era deputado estadual pelo PMDB, negou ter recebido valores da empreiteira. O ex-senador Gilberto Miranda não foi encontrado.