Ciro Gomes admite concorrer à sucessão de Lula

O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) admitiu a possibilidade de concorrer à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2010. Durante sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira (22) na capital paulista, ele destacou: "Serei candidato se entender que minha candidatura serve ao País, se for o meu destino, será uma honra". Apesar da declaração, o ex-ministro considera a discussão prematura. "É muito cedo, pois a eleição presidencial é em 2010 e o País merece que a gente concentre nossas energias em garantir o que está bom e melhorar o que está faltando", emendou.

Durante a sabatina, Ciro Gomes impressionou os entrevistadores pela postura branda e nada parecida com a que ele adotou na campanha presidencial de 2002. Um dos entrevistadores chegou a classificar o ex-ministro de "Ciro paz e amor", numa referência ao seu novo comportamento. Questionado sobre a mudança, ele foi taxativo. "Não mudei de comportamento, não, sou a mesma pessoa. Às vezes exagerei, mas não foi de má-fé", afirmou.

O deputado também comentou a discussão que teve com a atriz Letícia Sabatella em razão da disputa sobre a transposição do Rio São Francisco, e reconheceu que "é inconcebível para alguém que vai servir o País" os destemperos verbais. Ele reconheceu também que cometeu muitos erros na campanha de 2002 e que, por estar mais maduro, com 50 anos, conseguiu aprender com esses fatos. "Agradeço a Deus não ter sido eleito (em 2002), pois eu não estava maduro nem preparado. E toda vez que eu falo isso para o Lula, ele diz que também agradece por não ter sido eleito em 89", disse.

Eleições municipais

Ciro Gomes falou também a respeito das eleições municipais deste ano e informou que seu partido, o PSB, está dando autonomia para os diretórios municipais deliberarem a respeito do tema. Na sua avaliação, a prioridade é que a legenda tenha candidatura própria no maior número de municípios possíveis. Se não for viável, a prioridade é o lançamento das candidaturas dos partidos do bloco PCdoB, PDT, PRB, PMN e PHS. O outro critério é apoiar os aliados do governo Lula, sobretudo o PT. O parlamentar confirmou, contudo, que a direção do PSB em São Paulo tem conversado com os pré-candidatos Gilberto Kassab (DEM) e Geraldo Alckmin (PSDB).

Ainda sobre política, Ciro Gomes foi indagado se aceitaria ser vice candidato numa chapa presidencial encabeçada pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). "Não cogito ser candidato a nada, mas posso ser a qualquer coisa na hora própria ou seja, decidindo em junho de 2010", desconversou. O ex-ministro falou também a respeito das discussões em torno do terceiro mandato: "este pseudo fato já está prejudicando o País".

Ciro Gomes comentou, ainda, a intenção do presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, de rever o Tratado de Itaipu. Segundo ele, não deve haver revisão do contrato, pois o país já vem sendo remunerado, "mas isso não quer dizer que a gente não deva aceitar a proposta de diálogo com o governo eleito democraticamente no Paraguai", destacou. E complementou, reiterando que não há razão para rescisão.

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