Eleições

Ciro afirma não ser segunda opção de Lula para 2010

O ex-ministro e deputado Ciro Gomes (PSB-CE) afirmou na noite de ontem, em encontro estadual de seu partido em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, não ser “nenhuma segunda opção na disposição do presidente Lula em eleger, com o PT, o novo presidente do País”, referindo-se à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), virtual candidata ao cargo pelo PT.

O deputado, um dos pré-candidatos à Presidência, disse que sua luta é para impedir o retorno do grupo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao poder. “Farei todo o possível para que isso não aconteça. Vamos bater com toda a força.” Em tom de brincadeira, disse que tem “um trunfo na manga para acabar com Serra”. E concluiu: “Vamos tirar todos os votos dele.”

O parlamentar, que descarta a possibilidade da Vice-Presidência, afirmou esperar o apoio de Dilma “nesta luta”. A afirmação deu a entender que o presidente poderá abandonar a pré-candidatura da ministra. Ciro disse não acreditar nisso. “Não é justo esperar isso dele. Fica a critério da ministra lutar ao nosso lado.”

Pela manhã, em encontro do PSB em Bauru, Ciro Gomes amenizou as críticas feitas na véspera ao governador José Serra (PSDB). O discurso mais brando serviu para evitar constrangimentos para o PSB local, já que a cidade paulista é reduto tucano.

“Faço política com humor, não tenho nenhum desentendimento pessoal com o Serra, mas não tem jeito, trazem para os jornais essas bobagens. Aquilo foi uma brincadeira, depois de eu falar sobre diversos temas”, argumentou Ciro, referindo-se ao comentário feito sobre o governador de São Paulo na sexta-feira, em encontro da Força Sindical. “É feio para caramba, mais na alma do que no rosto”, disse na ocasião.

No mesmo dia, Ciro acusou Serra de ter uma “atitude destrutiva” em relação aos adversários. “A conduta dele é feia, de não enfrentar adversário com linguagem civilizada.” Ciro Gomes tem reforçado o discurso contra Serra principalmente após pesquisa CNI-Ibope que o colocou empatado com a candidata do PT, a ministra Dilma. Ao saber que tinha sido chamado de “feio” por Ciro, o governador tucano se recusou a responder ao adversário. “Não vou entrar em nenhuma baixaria”, afirmou.

Em Bauru, Ciro voltou a criticar a relação do PMDB com o PT de Lula. Disse ser essa uma relação “frouxa” e que é preciso saber qual é o tipo de relação moral e intelectual existente nessa aliança.