O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta terça-feira (11) que não sabe por que o governo adiou a votação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), mas que isso indica que, "certamente, está faltando algum voto". Ele afirmou também que o governo não precisa ficar desesperado com isso e lembrou que quando era presidente teve um ano em que a prorrogação CPMF foi aprovada só em janeiro. "Não fiquei desesperado, não xinguei ninguém.
De acordo com Fernando Henrique, que não chegou a citar nominalmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo "foi muito arrogante". "Chamou quem é contra de sonegadores. Eu nunca chamei os que estavam contra na ocasião de sonegadores.
O ex-presidente comentou também que há um "excesso de arrecadação". E fez uma crítica sutil ao aumento de gastos do governo ao afirmar que o governo nomeou muita gente. "Às vezes é necessário, às vezes não", afirmou. "Acho que o governo precisa tomar um banho de realidade.
Fernando Henrique disse ainda que é necessário ver o que é melhor para o País e discutir se a CPMF será reduzida e qual o destino dos recursos, em vez de apenas quem ganhou e quem perdeu (no Congresso). E afirmou: "quem sabe o governo vem com uma proposta menos impositiva".
O ex-presidente fez tais declarações em entrevista coletiva ao chegar na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) para participar do seminário "A Megalópole-Campos-Juiz de Fora-Campinas".