O irmão do governador Roberto Requião (PMDB), Eduardo Requião, antecipou-se ao procurador-geral do Estado, Carlos Frederico Marés, e entrou com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do juiz substituto da 1.ª Vara da Fazenda Pública Jederson Suzin, que anulou o decreto de sua nomeação para a Secretaria dos Transportes.

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Eduardo contratou o procurador Sérgio Botto de Lacerda para defendê-lo. Botto foi a Brasília anteontem, 22, protocolar a reclamação n.º 6650. O ministro César Peluso foi designado relator da matéria.

Na condição de uma das partes da ação, além do governador e do procurador-geral do Estado, Carlos Frederico Marés, Eduardo tinha prazo de quinze dias, após a citação, para contestar a decisão do juiz.

Já a Procuradoria dispõe de sessenta dias para entrar com a ação. Anteontem, Marés anunciou que iria propor duas ações, uma em nome do Estado e outra por parte do governador. Até ontem à tarde, ainda não havia protocolado nenhum dos recursos.

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A reclamação no STF cabe nos casos em que o réu se julga prejudicado por uma decisão que tenha contrariado uma deliberação da própria Corte. Botto alegou que a anulação do decreto de nomeação de Eduardo para a secretaria ofende a Súmula vinculante n.º 13, do Supremo Tribunal Federal, que proibiu a prática do nepotismo nos três poderes.

De acordo com a defesa de Eduardo, os cargos de ministro e secretário foram excluídos da lista de funções que não podem ser ocupadas por parentes em até terceiro grau de autoridades dos três poderes.

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No recurso ao STF, Botto de Lacerda alegou que o entendimento é que o secretário é um agente político. Segundo o advogado, a Súmula proíbe as nomeações para as funções públicas. Outros dos argumentos é que a nomeação de Eduardo para a Secretaria de Transportes foi uma adequação do governo à Súmula do STF.

O juiz da 1.ª Vara da Fazenda Pública que considerou que o decreto de nomeação foi um mecanismo para violar a determinação da Súmula. A interpretação do juiz foi que ao designar Eduardo para assumir a Secretaria de Transportes, o governador encontrou uma fórmula para mantê-lo na superintendência da Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina).

O juiz concedeu a liminar a uma ação popular ajuizada pelo advogado popular movida pelo advogado, José Rodrigo Sade. Ele acusou o governador e Eduardo de prática de nepotismo e é representado pelo advogado Cid Campello Filho.