Carlos Moreira diz que pode ganhar eleição em Curitiba

O reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Moreira Júnior, afirmou, ontem, estar inscrito para a pré-convenção do PMDB, que definirá o candidato do partido à prefeitura de Curitiba, ?acontecendo ela ou não?. O pré-candidato convocou a imprensa para apresentar carta enviada ao diretório municipal do partido com a inscrição e responder aos recentes comentários em relação a sua pré-candidatura.

Favorito do governador Roberto Requião para a disputa de outubro, motivo que, segundo seus adversários, o levaria a não participar da pré-convenção, Moreira fez questão de responder às críticas. ?Estão dizendo que eu sou o candidato imposto por Requião, já criaram, até, o termo ?ditadura requiônica?, mas eu estou disposto a participar das prévias. Ano passado, todos assumiram o compromisso de participar das prévias. Não sei por que razão essas prévias deixaram de ser. Eu já estou inscrito?, declarou. A pré-convenção foi suspensa pelo partido, por divergências internas.

Ele também cobrou agilidade do partido na definição do candidato. ?Os outros partidos já estão com as candidaturas definidas e discutindo estratégias, se deixarmos a decisão para junho (mês das convenções partidárias) estaremos três meses atrás deles. Deixar a decisão para a convenção é abrir mão da chance de ganhar a eleição?, afirmou.

Moreira ainda respondeu sobre as restrições a seu nome por conta de sua pouca experiência política e da maior bagagem de outros pré-candidatos, como o ex-prefeito Rafael Greca. ?Fui introduzido a um novo termo: ?densidade eleitoral?, que na visão de muitos parece como a densidade dos metais, na física, imutável. Eu acredito em ?prestígio eleitoral, que se conquista e se perde a todo momento. Parece que só quem já foi alguma coisa é que tem isso, mas não foi o que as urnas disseram da última vez?, declarou.

O reitor da UFPR criticou o ?clube fechado que domina a política no estado? e apresentou-se como um cidadão comum que vê a política com atividade nobre e quer ingressar na vida pública. O reitor aposta no fator surpresa para ser o escolhido do partido. ?O PMDB pode optar por um candidato mais conhecido, que até já administrou a cidade e já larga com uma certa porcentagem de votos. Porém, ele também já carrega uma grande rejeição e não conseguirá crescer muito. Se o PMDB quiser ficar na casa dos 10% a 12%, ótimo. Já eu sou uma incógnita, posso ser um fiasco, mas posso ganhar a eleição?, declarou.

O pré-candidato confirmou as conversas com Carlos Simões (PR) para uma possível candidatura a vice-prefeito, mas disse que a questão do vice deve ser debatida entre todo o partido. ?Isso tem de ser discutido entre várias cabeças. A escolha do vice faz parte da política de alianças e define toda a estratégia eleitoral?, frisou. Ele também fez críticas à atual administração, alegando que o prefeito Beto Richa, pré-candidato a reeleição pelo PSDB, pertence ao mesmo grupo político que comanda a capital paranaense há mais de 20 anos, sem apresentar renovações em seu projeto para a cidade. Moreira disse estar confiante em conseguir convencer os deputados da base de Requião a apoiá-lo na disputa, apesar da preferência por outros pré-candidatos (Rafael Greca, Reinhold Stephanes Júnior, Rodrigo Rocha Loures e Marcelo Almeida) e voltou a usar a física para comentar a resistência da bancada. ?É a resistência que faz o avião levantar vôo?, concluiu.

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