Candidatos a vice rejeitam independência formal do BC

Os candidatos à Vice-Presidência da República Michel Temer (PMDB), Antonio Indio da Costa (DEM) e Guilherme Leal (PV) concordam que não há necessidade de formalizar a independência de atuação do Banco Central (BC). Em debate realizado hoje e promovido pelo Grupo Estado, os três afirmaram que o modelo atual funciona e não deve ser alterado.

“É melhor a autonomia real, não formalizada”, disse Temer, lembrando que o atual presidente da instituição, Henrique Meirelles, “tem liberdade de ação extraordinária”. “Em momento algum se soube que o governo tenha interferido em decisões do BC”, completou o peemedebista, vice na chapa de Dilma Rousseff (PT).

Indio da Costa, vice de José Serra (PSDB), tem a mesma posição. “O BC tem de atuar com independência desde que converse com os Ministérios da Fazenda e do Planejamento”, afirmou ele, ressaltando que o modelo atual foi “uma das boas coisas” que o governo Luiz Inácio Lula da Silva manteve da gestão anterior, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Leal, vice-candidato de Marina Silva, concordou: “(O BC) está funcionando bem. Não precisamos mexer.”

Indagados sobre se defenderiam a queda da taxa básica de juros (Selic), como fez ao longo do governo o vice-presidente José Alencar, os dois candidatos da oposição responderam que sim, enquanto Temer ponderou que os juros caíram durante o governo Lula. “A (taxa) ainda é alta para padrões internacionais”, admitiu Temer, mas emendou que é preciso “ir com calma” nessas questões porque elas estão atreladas ao controle da inflação. “O objetivo é continuar nesse ritmo.”

Leal ponderou que há necessidade de uma queda maior dos juros que “têm caído em condições insuficientes”. Se Marina for eleita, a proposta é a adoção de uma política fiscal agressiva que permita a queda dos juros. “É pisar no acelerador do gasto público e no freio dos juros”, disse. Indio concordou com o vice de Marina, ressaltando a necessidade de empregar melhor o dinheiro público. Citou como exemplo a falta de recursos para estradas e hospitais públicos.