O candidato à Presidência pelo PSB, Eduardo Campos, disse nesta segunda-feira, 11, em sabatina promovida pelo portal G1 que, apesar de quadros do PMDB como José Sarney e Renan Calheiros estarem na esfera de influência do governo federal desde o início da gestão petista, ganharam “protagonismo” quando Renan foi eleito presidente do Senado, em fevereiro do ano passado. O candidato foi questionado sobre o motivo de sua saída da base do governo e ressaltou que, quando da eleição de Renan, seu partido apoiou Pedro Taques (PDT) na disputa.

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“Nunca na minha vida mudei de lado. Saímos (do governo) quando nossas discordâncias não permitiram que estivéssemos lá”, disse Campos, incluindo referência à sua companheira de chapa, Marina Silva, que também deixou a base do governo petista.

Campos repetiu o discurso de que o País precisa de renovação na política e que é preciso acabar com a polarização entre PT e PSDB dizendo que o Brasil “parou de melhorar” por causa do “esclerosado” sistema presidencialista de coalizão.

Questionado por que Marina não é a cabeça de chapa, já que tem maior conhecimento entre os eleitores, Campos não respondeu diretamente. Explicou que Marina procurou o PSB a partir do momento que não conseguiu aval da Justiça Eleitoral para criar o partido Rede Sustentabilidade. “Marina nos procurou para construir um programa e uma agenda para melhorar a política.”

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Sobre as intenções de voto de Marina ainda não convertidas para sua candidatura, o pessebista repetiu que não acredita em “transferência” de votos, pois o voto é de cada cidadão.

“Desindustrialização”

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O candidato do PSB à Presidência destacou que o Brasil sofre um processo de “desindustrialização” e afirmou que tomará medidas para aumentar a produtividade da indústria.

Segundo ele, esse processo vem desde antes da implementação do Plano Real. “O PSDB também não foi bom para a indústria”, afirmou na sabatina. “Precisamos de inovação e tecnologia, não somente de tarifas de importação.”

O candidato reiterou seu compromisso com o tripé macroeconômico – composto pelo regime de metas de inflação, fiscais e pelo câmbio flutuante – e criticou a “governança macroeconômica errática” do atual governo, citando a inflação alta e o câmbio desvalorizado. Campos também voltou a defender um Banco Central mais independente.

Obras

Questionado sobre o que faria para dar sequência a obras inacabadas no Brasil, Campos não respondeu com medidas específicas, mas voltou a criticar a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT). “O Brasil tem menos obras do que deveria ter e elas não terminam no tempo certo. Muitas obras estão paradas no atual governo, com projetos precários, contratação de empresas que abandonaram a obra e dificuldade no processo de tomar decisões”, avaliou.

Aposentadoria e estudantes

Sobre uma revisão do fator previdenciário, Campos afirmou que sua equipe está avaliando a questão e “fazendo contas”. “Até o final da campanha voltaremos a falar sobre isso”, disse.

Questionado sobre o passe livre para estudantes, o candidato afirmou que tem esse compromisso, pois é um compromisso com a educação. “Muitas pessoas estão deixando a universidade porque não têm condição de ir e vir”, afirmou. Campos explicou que, se eleito, criará um fundo nacional com a participação de Estados e municípios que se candidatarem visando financiar o passe livre para estudantes.