Campanha eleitoral entra na reta final

A campanha eleitoral entra hoje no seu último mês. Com um cenário muito semelhante ao visto antes mesmo da definição dos nomes dos candidatos, os principais adversários do prefeito Beto Richa (PSDB), favorito à reeleição de acordo com as pesquisas de intenção de voto, apostam na intensificação do debate e do maior interesse dos eleitores pela campanha nesta reta final para tentar reverter o quadro.

“A campanha para valer começou a partir do início da propaganda de rádio e televisão. Antes disso, a população não discute política, quem discute são os partidos e a imprensa”, comentou Gleisi Hoffmann (PT).

Como estratégia para a reta final, Gleisi promete intensificar seus encontros com a sociedade e a participação da militância nas ruas. Ela descarta ataques diretos ao atual prefeito. “O que estamos fazendo é apresentar soluções para problemas que a população nos apresenta. Não estamos fazendo esforços para encontrar problemas da atual administração”, disse a candidata.

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Carlos Moreira: tem muita coisa.

O candidato peemedebista Carlos Moreira não considera o último mês como a reta final da campanha. “Agora que está esquentando, tem muita coisa para acontecer ainda”, disse.

O ex-reitor da Universidade Federal do Paraná reconhece que, até agora, a campanha em Curitiba foi bastante morna, mas acredita que os debates devam se intensificar até por entender que é no último mês que o eleitor realmente demonstra interesse pelo pleito.

“O momento é agora. Quem pensa que a eleição de Curitiba já está decidida, poderá se surpreender. Curitiba é uma cidade fantástica, mas que tem muitos problemas que precisam ser expostos e debatidos. É o que faremos nos próximos 30 dias”, declarou, revelando a estratégia de insistir na divulgação das “caixas-pretas” da Prefeitura, em que o PMDB questiona gastos com publicidade e cargos comissionados, entre outros.

Atila Alberti
Gleisi Hoffmann: sem ataques.

“A campanha começou na semana passada, quando acabou as Olimpíadas e o público passou a prestar atenção nos debates e programas eleitorais”, avaliou o candidato Fábio Camargo (PTB). O deputado estadual disse que pretende usar a reta final da campanha para intensificar sua campanha nos bairros e aproveitar os debates em TV aberta, “já que tenho pouco tempo de TV”, na propaganda eleitoral gratuita.

Camargo também aposta que a grande diferença de Beto Richa para seus adversários nas recentes pesquisas deva diminuir. “Não sinto nos bairros todo esse favoritismo do Beto. Os bairros mais afastados têm grandes dificuldades e querem novas propostas”, afirmou.

Já a coordenação de campanha do prefeito Beto Richa, candidato à reeleição, não pretende alterar a estratégia do tucano. “Começamos a campanha de uma maneira e a estratégia é manter a mesma linha até que algo ocorresse fora do planejado. Até agora, não mudou nada”, disse o coordenador de marketing da campanha, Nelson Biondi.

“Vamos continuar divulgando tudo o que o Beto já fez, alternando com suas propostas para o novo mandato”, explicou. Biondi considera natural o crescimento dos ataques contra o prefeito, mas diz que o tucano evitará conflitos. “Quem não bate e propõe não tem rejeição. Além disso, com a aprovação que o Beto tem, quem o ataca está indo contra a opinião de 80% dos curitiba,nos”, provocou.