Campanha de Serra está às moscas no Paraná

A quatro dias do segundo turno das eleições presidenciais, a campanha do senador José Serra (PSDB) está capenga no Paraná. A crise financeira na campanha do tucano e o palanque duplo de seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem o apoio dos dois candidatos ao governo no segundo turno – os senadores Roberto Requião (PMDB) e Alvaro Dias (PDT) – enfraqueceram a candidatura de Serra no Estado, que já não foi bem-sucedida no primeiro turno das eleições.

O estoque do material de campanha do senador tucano já foi distribuído e, após aguardar novas remessas, a coordenação de sua campanha no Paraná teve que mandar confeccionar adesivos e bottons por conta própria para manter uma estrutura mínima de propaganda. Um dos coordenadores regionais da campanha presidencial tucana, Geraldo Siqueira, disse que o PSDB está dependendo do trabalho voluntário para o corpo a corpo com o eleitor. Em Curitiba, são apenas 57 pessoas envolvidas nas panfletagens que estão sendo realizadas nos vários bairros.

O trabalho tem pouca visibilidade porque seu trabalho é ofuscado pelo volume das campanhas de Alvaro e Requião, avalia Siqueira. De acordo com o tucano, foram distribuídos na última semana cerca de 300 mil adesivos e “praguinhas” (bottons) do candidato tucano. Siqueira disse que ainda há material disponível para esta última semana. “Nós não consideramos a hipótese de derrota e vamos até o final. Se o Lula for eleito, pelo menos vamos poder dizer, de cabeça erguida, que não fomos responsáveis por isso”, afirmou.

Desânimo

O governador Jaime Lerner (PFL), principal cabo eleitoral de Serra no Estado, considerou o encontro entre o presidenciável e prefeitos do Paraná realizado na sexta-feira passada em Maringá como a última atividade de campanha do tucano no Estado. Lerner ajudou a organizar o encontro de Maringá, continua pedindo votos, mas alguns tucanos acham que ele desanimou e não está demonstrando a garra que deveria na reta final.

Licenciado do cargo logo após o primeiro turno das eleições para ajudar na campanha de Serra, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão (PSDB), admite que está dando “murros em ponta de faca”. Brandão continua fazendo contatos com lideranças políticas do Interior, mas avalia que é difícil reverter o favoritismo de Lula. “Estamos trabalhando contra a correnteza”, afirmou o deputado, que há dois dias alinhou-se à candidatura do senador Roberto Requião – principal apoiador de Lula no Estado. O mesmo rumo tomou o presidente estadual do PSDB e coordenador da campanha de Serra no Estado, deputado federal Basilio Villani.

Para os tucanos aliados de Requião, é natural a adesão ao palanque do peemedebista no Paraná. O argumento é que os dois partidos têm uma aliança nacional formal.

Outro defensor da candidatura Serra, o prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, está participando da campanha do segundo turno. Ele apóia o senador Álvaro Dias, mas os tucanos já observaram que Taniguchi está mais empenhado na eleição do pedetista do que na campanha de Serra.

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