R$ 301.481,28

Campanha arrecadou quase um terço da multa de José Dirceu

A campanha na internet para arrecadar recursos para pagar a multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, já atingiu a cifra de R$ 301.481,28. De acordo com boletim divulgado neste sábado, 15, no blog de José Dirceu, até as 20 horas de sexta-feira foram recebidos 1.335 comprovantes de doações. Ao todo, Dirceu precisa de R$ 971.128,92.

“A colaboração de todos mostra um sentimento crescente de indignação contra as violações da AP 470 e a injusta multa imposta ao Zé Dirceu”, registrou o boletim da campanha “Eu apoio Zé Dirceu”, lançada na última quarta-feira. O valor arrecadado até sexta-feira já corresponde a quase um terço do necessário para pagar a multa.

Condenado a dez anos e dez meses de prisão como o mentor do mensalão, Dirceu terá um novo julgamento sobre sua condenação por formação de quadrilha na próxima quinta-feira. O ex-ministro cumpre pena por corrupção passiva e pode ter sua pena total reduzida para sete anos e 11 meses, caso seja absolvido por formação de quadrilha.

Mendes versus Suplicy

Na sexta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou, em carta enviada ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que a arrecadação de doações para ajudar condenados no mensalão a pagar multas fixadas pela Corte “sabota” e “ridiculariza” o cumprimento das penas. Mendes também sugeriu que os petistas façam uma vaquinha para devolver “pelo menos parte dos R$ 100 milhões subtraídos dos cofres públicos” pelo esquema do mensalão.

Neste sábado, Suplicy rebateu Mendes por carta. O senador avaliou que Mendes deveria ter “maior reserva”, uma vez que o ministro participou do julgamento do processo do mensalão, realizado no ano passado. “Devo externar que não tenho dúvidas de que, como cidadão, tem todo o direito de se expressar sobre essa ou aquela situação da vida política de nosso país. Porém, como juiz da causa que condenou os acusados, caberia a V. Exa. maior reserva”, afirmou Suplicy em trecho da carta, escrita em forma de ofício.