A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados realiza amanhã audiência pública para esclarecer acusações feitas à administração da empresa Itaipu Binacional, em reportagem publicada pela revista IstoÉ no início do ano. A proposta foi apresentada pelo deputado Nilson Mourão (PT-AC), a pedido de Itaipu. Nesta primeira audiência, foram convidados a participar o ex-conselheiro da Itaipu Roberto Bertholdo, o economista e ex-funcionário da Itaipu Laércio Pedroso, e o empresário e associado de Roberto Bertholdo, Antonio Celso Garcia.
A reportagem da IstoÉ afirmava que Itaipu seria pouco fiscalizada tanto pelo Brasil quanto pelo Paraguai, de modo que a empresa teria desenvolvido uma contabilidade paralela, que gerava um megacaixa dois, estimado, em 2005, em cerca de U$ 2 bilhões (R$ 4,58 bilhões). A fonte de IstoÉ foi o economista e ex-funcionário de Itaipu, Laércio Pedroso. A empresa negou as acusações.
Bertholdo e Garcia foram convidados a participar por causa de uma reportagem da Veja, em que foram utilizadas gravações editadas de escuta telefônica de Bertholdo. Na reportagem da Veja, Garcia diz que Samek teria estreitas relações com Bertholdo.
Segundo a assessoria de Itaipu, a proposta de Mourão, a princípio, era de que fossem ouvidos na audiência pública os ex-diretores da empresa Euclides Scalco e Francisco Gomide e o atual diretor, Jorge Samek. Mas o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) pediu que fossem convidados também Bertholdo, Pedroso e Garcia. Os dois ex-diretores e o atual diretor deverão participar de uma segunda audiência pública ainda sem data marcada.