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‘Câmara em Ação’ é desconhecido do público

Em diligências realizadas por vereadores de Curitiba na tarde desta segunda-feira, nenhuma das cerca de 40 pessoas abordadas, entre comerciantes e funcionários públicos, disse conhecer ou ter recebido o jornal “Câmara em Ação”. Com exemplares nas mãos, Pedro Paulo (PT), Paulo Salamuni (PV) e Algaci Túlio (PMDB) visitaram locais onde o Câmara em Ação teria sido distribuído, segundo o cronograma apresentado pela Visão Publicidade, responsável pela publicação.

Os vereadores estiveram no terminal de ônibus do Pinheirinho e nas Ruas da Cidadania do Pinheirinho e da Matriz. Em cada local, consta a distribuição de mil a 1,6 mil exemplares do informativo. As abordagens ocorreram em doze pontos comerciais, além de órgãos públicos, como administrações regionais, FAS e Guarda Municipal. “Perguntamos se alguém já viu, recebeu ou viu alguém recebendo, mas nestes locais, ninguém confirmou”, relata Pedro Paulo.

Oficialmente, o “Câmara em Ação” parou de circular em maio de 2010. Foram gastos aproximadamente R$ 16 milhões na impressão de 200 mil exemplares mensais. “Essa abordagem só aumenta nossa dúvida em relação à distribuição do material”, aponta o vereador petista, destacando que “as notas fiscais dizem que foram impressas e entregues pelas gráficas 49 edições, mas para comprovar a veracidade, só através de uma peritagem técnica”. “Consideramos que o material existiu, mas não foi distribuído como a Visão nos passou”, avalia o oposicionista.

Segundo ele, há pontos em que é muito difícil a comprovação da distribuição, pois o relatório cita apenas o nome de ruas extensas, como Marechal Deodoro, Anita Garibaldi, Manoel Ribas, João Bettega, João Negrão, Juscelino Kubitschek, sem especificar se o material foi entregue em pontos comerciais ou distribuído na rua.

Pedro Paulo vai insistir, na reunião da CPI que investiga os contratos de publicidade da Câmara, nesta terça, que os vereadores aprovem mais diligências. Nesta segunda, o presidente da comissão, Emerson Prado (PSDB), do mesmo partido do presidente licenciado da Casa, João Claudio Derosso, foi convidado para acompanhar a fiscalização, mas não participou. As diligências foram feitas por iniciativa dos três vereadores, sem aprovação formal na CPI.