Câmara de Londrina não investiga denúncias contra vereadores

A Câmara Municipal de Londrina ainda não tem nenhum procedimento instaurado para apurar as denúncias do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, contra cinco vereadores da cidade acusados do crime de concussão (extorsão praticada por agente público). Apesar de o processo ter sido aberto ontem pela 3.ª Vara Criminal de Londrina, na Câmara, nenhuma denúncia foi apresentada contra os vereadores Henrique Barros (PMDB), Orlando Bonilha (PR), Renato Araújo (PP), Flávio Vedoato (PSC) e Oswaldo Bergamin (PMDB).

De acordo com o presidente da Comissão de Ética da Casa, vereador Roberto Kanashiro (PSDB), nenhuma pessoa ou entidade com prerrogativa para apresentar denúncia fez representação à Câmara. ?O Ministério Público encaminhou cópia da denúncia à casa, mas, como instituição, não pode apresentar representação para que se inicie processo administrativo. Isso só pode ser feito por um vereador, partido político ou cidadão londrinense devidamente identificado e munido de provas?, explicou Kanashiro.

A Comissão de Ética da Câmara de Londrina reuniu-se extraordinariamente na tarde de ontem, mas o suposto esquema de extorsão não foi discutido formalmente. ?O motivo da reunião foi o pedido de afastamento do vice-presidente da Comissão, Renato Araújo (um dos acusados) e a nomeação de seu suplente, Lourival Germano (PT)?, disse o presidente da comissão. ?Araújo optou por afastar-se até o final do processo como forma de preservar-se?, acrescentou.

Para Kanashiro, a distribuição de cópias das denúncias e a abertura de processo por parte da Justiça Estadual devem fazer surgir a representação junto à Câmara nos próximos dias. ?Há uma série de pessoas e entidades interessadas em oferecer a denúncia. Com a divulgação dos documentos, eles devem apresentar a representação. E a Comissão de Ética, bem como a Câmara Municipal, está atenta e preparada para analisar tais documentos?, disse, informando que, assim que apresentada a denúncia, será instaurado processo administrativo contra os denunciados. O processo administrativo pode resultar na cassação dos vereadores envolvidos.

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