A Câmara de Vereadores de Nossa Senhora das Graças, na região de Maringá, cassou o mandato do prefeito João Roberto Lopes (PMDB), na madrugada de ontem, por seis votos a três. A comissão processante instalada na Câmara acusa Lopes de omitir informações requeridas pelo Legislativo municipal, de fraudar licitação de pavimentação asfáltica, entre outras acusações. O prefeito vai recorrer na Justiça.
A sessão que levou à cassação de Lopes durou cerca de oito horas, terminando às 4h de ontem. Segundo o vereador Carlos Felício Ruiz (PDT), um cidadão apresentou notícia de irregularidade na Prefeitura no ano passado, o que levou a presidência da Câmara a formar uma comissão processante contra o prefeito. "A comissão foi favorável à cassação por entender que o prefeito se recusou a prestar informações e requerimentos da Câmara, conforme manda a lei. Ele também não soube dizer se houve depósitos no fundo previdenciário do município".
Segundo o prefeito, as acusações não têm fundamento. "Trata-se de uma perseguição política da Câmara". O advogado do prefeito, Sérgio Souza, afirmou que irá entrar hoje com mandado de segurança contra a Câmara. "Não existe denúncia formulada contra o prefeito, somente um comunicado que foi enviado à Câmara de supostas irregularidades que estariam acontecendo. E os documentos sobre os quais os vereadores declararam irregularidades não são exigidos pela Lei de Licitações". Souza disse que não há nos autos do processo qualquer requerimento que tenha sido encaminhado ao município pelo Legislativo municipal.