Câmara aprova convite para Foster explicar denúncias

O “blocão”, grupo informal de deputados descontentes com a articulação política do governo, impôs na manhã desta quarta-feira, 12, mais um revés ao Palácio do Planalto e apoiou a aprovação de um convite para que a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, vá a Câmara falar sobre denúncias de corrupção que citam a estatal e a holandesa SBM Offshore.

A votação do requerimento ocorreu na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Trata-se de mais um capítulo da crise política entre o Executivo e parte da sua base aliada na Câmara, rebelião capitaneada pelo líder do PMDB na Casa, deputado Eduardo Cunha (RJ). O Palácio do Planalto tentou isolar Cunha para debelar a crise, mas a bancada peemedebista fez nesta terça um desagravo a seu líder e declarou independência nas votações da Câmara.

Pouco depois, na terça, o líder do PMDB coordenou em Plenário a provação de um requerimento para criar uma comissão externa para acompanhar, na Holanda, investigações de um suposto esquema de pagamento de propina da holandesa SBM Offshore a funcionários e intermediários da Petrobras, em negócios envolvendo fretamento de plataformas. A votação de ontem em Plenário foi uma dura derrota para o governo.

Na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, nesta manhã, Cunha costurou um acordo com deputados da oposição segundo o qual Graça Foster deverá ir à Câmara para falar dos contratos firmados entre a estatal e a SBM Offshore. Caso ela não compareça à Casa em até 30 dias, os deputados no colegiado se comprometeram em aprovar um requerimento para convocar o ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, para falar sobre o caso. Como parte do acertado, os deputados retiraram da pauta desta quarta um requerimento que previa a convocação de Lobão.