Após a Polícia Federal deflagrar a operação Boca Livre, que apontou fraudes em 250 contratos da Lei Rouanet, o ministro da Cultura, Marcelo Calero, afirmou nesta terça, 28, que o escândalo não pode ser utilizado para “demonizar” o instrumento de fomento à cultura.

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Nas palavras do ministro, os responsáveis pelas fraudes são “bandidos que formaram uma quadrilha e se valeram do instrumento para finalidades não previstas na própria Lei Rouanet”. Calero, que se reuniu mais cedo com o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, disse que as duas pastas vão preparar uma portaria interministerial com novos parâmetros de auditoria para a Lei Rouanet, que serão estabelecidos a partir das investigações da Operação Boca Livre.

“A lei sai fortalecida para aqueles que a utilizam da maneira como deve ser utilizado”, disse o ministro. Ele negou, no entanto, que os atuais métodos de fiscalização sejam fracos. “Esses casos só são descobertos na medida em que a gente faz uma auditoria bem feita”, disse o ministro.

“Hoje tivemos a demonstração latente de que as instâncias de controle estão funcionando”, acrescentou Calero. Isso significa, concluiu o ministro, que os cerca de 3 mil projetos atualmente inscritos na Lei Rouanet não devem ser “criminalizados por conta de desvios perpetrados por bandidos”.

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Calero também disse que seus antecessores tiveram papel relevante na investigação da Polícia Federal. “Os próprios indícios que levaram à conflagração da operação Boca Livre surgem a partir de investigações e auditorias que foram levadas a cabo pelos meus antecessores no Ministério da Cultura”, disse o ministro. Segundo ele, a participação do grupo Bellini na fraude, por exemplo, foi descoberta com a ajuda do ministério.