Bueno critica recuo de FHC em intervenção

Ao rejeitar o pedido de intervenção federal no Espírito Santo, o presidente Fernando Henrique Cardoso deu uma triste demonstração de pusilanimidade, sinalizando que seu governo se rendeu às forças do crime organizado. A afirmação foi feita nesta terça-feira (9) pelo candidato a governador pela coligação Vote Limpo 23 (PPS/PV), deputado federal Rubens Bueno, ao comentar a demissão do ministro da Justiça, Miguel Reali.

“O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, foi quem engavetou o pedido de intervenção, formulado na semana passada pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (vinculado ao Ministério da Justiça). Mas Brindeiro, que jamais exercitou a autonomia inerente à sua função, só o fez depois de consultar Fernando Henrique. A decisão, todos sabem, partiu do presidente da República. Tanto isso é verdade que o ministro Miguel Reale teve uma atitude decente e, inconformado com a não-intervenção, pediu demissão”, disse Rubens Bueno.

Para o deputado, ao dizer que a intervenção é inviável, FHC “perdeu mais uma oportunidade de agir com a firmeza esperada do presidente da República, sobretudo em questão tão delicada e premente, como é o caso do combate ao crime organizado, que ameaça tomar conta do Espírito Santo – como faz também em outros estados -, inclusive com a conivência, e às vezes até participação direta, de importantes autoridades capixabas”.

Omissão criminosa

Segundo Rubens Bueno, Fernando Henrique foi uma das maiores decepções políticas que o País já teve. “Os brasileiros apoiamos sua eleição e, com o maior entusiasmo, a consolidação do plano de estabilização econômica. Depois disso só veio desapontamento. Primeiro, com a emenda da reeleição, aprovada à custa da compra de votos no Congresso; depois, a fraude cambial de 98, que garantiu sua reeleição, mas com custos financeiros extraordinários para o País”, lembrou o parlamentar.

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