Brasileiros são favoráveis à LRF, diz pesquisa

Apesar de favoráveis à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), os brasileiros não têm o hábito de acompanhar seu cumprimento de perto. É isso o que revela uma pesquisa feita com mil entrevistados das cinco regiões do País e divulgada hoje pela área de projetos da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Pelo levantamento, 85% dos participantes são favoráveis às normas que já estão em vigor no Brasil há 10 anos ante 10% que são contra e 5% que não sabem ou não responderam.

A pesquisa, intitulada “10 anos de Lei de Responsabilidade Fiscal – Histórico de Desafios”, detectou que 45% dos cidadãos não acompanham o cumprimento da LRF contra 42% que seguem as novidades às vezes e de apenas 11% que fazem o acompanhamento sistemático. Isso porque 58% dos entrevistados informaram que conhecem a lei ou que pelo menos já ouviram falar nela, enquanto 39% disseram nunca ter tido conhecimento sobre o assunto e 2% relataram que ouviam sobre LRF pela primeira vez durante a pesquisa.

A percepção da população brasileira, segundo a FGV Projetos, no entanto, é a de que a criação de limites de gastos para o governo é mais negativo (47%) do que positivo (41%) – 11% não souberam ou não responderam. Otimistas, os entrevistados disseram em sua maioria que a LRF contribui para aumentar recursos para investimentos (79%) e para o desenvolvimento econômico (57%). Já em relação à redução dos gastos públicos, a minoria dos participantes da pesquisa (47%) acredita que a contribuição da LRF é importante. Pouco mais da metade dos entrevistados (55%) avaliou que a administração dos governos melhorou depois da implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal.

A maioria dos participantes (80%) não acredita quando alguns governos dizem que não podem dar reajuste salarial aos funcionários públicos porque chegou ao limite estabelecido pela LRF. Para 11% dos entrevistados, os gastos públicos são exagerados; para 71%, os recursos são mal administrados e 14% responderam espontaneamente que ocorrem as duas coisas simultaneamente.

O governo federal é o que passa a impressão à população de que mantém mais as suas contas em ordem. Esta foi a esfera governamental mais citada pelos entrevistados da FGV Projetos (39%), seguida de prefeitura (22%) e governo do Estado (19%) – 20% não souberam ou não responderam.

Na mesma linha de raciocínio, o presidente da República também foi o que recebeu a maior nota média (7) dos entrevistados quando perguntados a respeito de quem administra melhor o dinheiro público. Em seguida, foram apontados o governador do Estado do participante da pesquisa, com média de 5,9, e o prefeito da cidade do entrevistado, com nota média de 5,3.