Privatização

Estatais estratégicas podem ser vendidas, afirma filho de Bolsonaro

Eduardo e o pai, o presidente eleito Jair Bolsonaro. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agencia Brasil

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, afirmou nesta segunda-feira (3), em entrevista ao programa A Hora da Verdade, da Radio Red, da Colômbia, que o governo do pai dele pode lançar mão de privatizações de empresas estratégicas usando o mecanismo de “golden share” – o que daria ao governo o direito de vetar decisões dos futuros compradores.

“Há um pequeno grupo de empresas públicas no Brasil que meu pai considera serem estratégicas. Essas empresas estratégicas nós podemos privatizar com a chamada ‘golden share’“, afirmou ao entrevistador Fernando Londoño, ex-ministro do Interior e da Justiça do presidente Álvaro Uribe.

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Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro afirmou que não iria vender as estatais que ele considera estratégicas: Petrobras, Eletrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Embora Eduardo Bolsonaro não tenha elencado quais são as estatais consideradas estratégicas pelo pai, sua declaração abre a possibilidade de que essas estatais possam vir a ser vendidas.

O deputado federal reeleito disse ainda que muitas das empresas públicas criadas nos governos petistas foram feitas “para esquemas de corrupção, para que eles colocassem adiante suas nefastas práticas, eles colocaram a corrupção como mecanismo de governo”. “Temos algumas [empresas públicas] que simplesmente temos de fechar as portas, já que não há interesse privado para comprá-las”, admitiu.

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A certa altura da entrevista, Londoño perguntou a Eduardo Bolsonaro se o objetivo dele era fazer com que o país voltasse a crescer como nos anos 1970, na época do ex-ministro da Fazenda Delfim Netto. “Particularmente, não gosto muito, não concordo muito com Delfim Netto”, disse o deputado.

Eduardo Bolsonaro volta a colocar em dúvida a aprovação das reformas no Congresso

Na entrevista à rádio colombiana, Eduardo Bolsonaro voltou a colocar em dúvida a aprovação das reformas no Congresso. Segundo ele, se senadores e deputados não aprovares as reformas econômicas propostas pelo próximo governo, “ao menos vamos ter tentado”. Na semana passada, o filho do presidente eleito já havia afirmado que o novo governo “talvez não consiga” reformar a Previdência Social.

Eduardo Bolsonaro procurou atribuir à esquerda (e não a uma possível falta de articulação do governo de seu pai) o possível insucesso na aprovação das reformas. “A esquerda vai tentar parar a todo o momento as reformas, o crescimento econômico. Se o Congresso não aprovar as reformas, ao menos vamos ter tentado. Temos de colocar as reformas adiante e comunicar os eleitores para que eles pressionem seus deputados para que eles as aprovem”, disse Eduardo Bolsonaro.

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Sobre a relação com o Congresso, o deputado federal afirmou que o pai dele não tem compromissos com políticos tradicionais. “Ele [o presidente eleito] vai armar sua equipe de trabalho e não tem que conceder cargos a ninguém”, garantiu.

O deputado, reeleito com a maior votação da história do Congresso brasileiro, disse que a mudança de governo no Brasil faz parte de uma onda de conservadorismo que vive a América do Sul. “Seguramente, repito aqui o recado que deixei nos Estados Unidos. Não seremos mais socialistas, seremos um país conservador e liberal em termos econômicos”, afirmou.

Na Colômbia, Eduardo Bolsonaro vai se encontrar com o presidente do país, Iván Duque.

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