O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que a “carta branca” concedida ao juiz Sérgio Moro no comando do futuro Ministério da Justiça e Segurança Pública não será uma exclusividade do magistrado. Em entrevista à RedeVida de Televisão, transmitida na noite de quinta-feira, 1º, Bolsonaro disse que todos os outros ministros terão liberdade para montar suas equipes e pautar demandas. “O que estou cobrando é produtividade”, respondeu sobre a extensão da “carta branca” aos outros ministros.

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Entretanto, ponderou que apesar da “carta branca”, as decisões tomadas por todos os ministros, passarão primeiro por sua avaliação, antes de serem comunicadas para a imprensa e para o Congresso. “Foi assim que coloquei para o Paulo Guedes, quando falei que não entendia de economia. Não preciso ser médico para nomear ministro da Saúde. O que queremos é inflação baixa, taxa de câmbio controlada, não aumentar dívida interna, não aumentar carga tributária. Ele (Paulo Guedes) é renomado dentro e fora do Brasil. Temos que acreditar nele. Não temos outra alternativa. Como está o Brasil, a tendência é quebrar é transformar-se numa Grécia. Essa carta branca ele tem”, acrescentou.

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A sua orientação para os líderes das pastas é de que todos, sem exceção, não manifestem opinião além de sua área, sem antes conversarem com o responsável pelo departamento. O presidente eleito considera a medida uma forma de evitar oportunidades de críticas da oposição e controlar o alinhamento estratégico no governo. Sobre a nomeação das outras pastas, Bolsonaro disse que também está ouvindo indicação de parlamentares. “Não tenho pressa para essa definições. Não podemos correr, porque o que está em jogo é a minha credibilidade. Talvez na próxima semana anuncie mais um”, limitou-se a responder.

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Bolsonaro espera ainda aprovar logo no início do mandato o que chama de “pacotão” de medidas, sem grandes percalços de apoio. “Teremos oposição de esquerda que fará oposição pela oposição, foi assim que sempre fizeram”, argumentou. Antes de assumir o mandato, em 1º de janeiro de 2019, a sua equipe tentará evitar a votação de pautas bombas no Congresso e seguir o andamento da apreciação de temas importantes, como a reforma da Previdência. “Vamos analisar o último texto da reforma e ver o que pode ser tirado ou brigado para votar. Alguma coisa tem de ser aprovada. O Brasil continua, não pode parar e ficar esperando dois meses até um presidente assumir”, declarou.

Ao ser questionado sobre os trâmites para a cerimônia de posse, como o desfile em carro aberto, Bolsonaro respondeu que seguirá “religiosamente” as orientações de segurança. “Conseguimos entrar na máquina para quebrar, mas só quebraremos comigo vivo”, concluiu.