O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) deve ir para a disputa eleitoral sem o apoio formal de nenhum outro partido, segundo ele próprio declarou em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 18. Após participar do Fórum Unica 2018, em São Paulo, o parlamentar afirmou que nenhuma legenda tem lhe procurado para compor uma chapa.

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“Por enquanto nenhum, eu duvido que me procurem. Mas se quiserem me procurar na frente de vocês (jornalistas), eu posso fechar um acordo com qualquer partido”, disse o deputado, respondendo em seguida que o PSL “está sozinho” nas eleições.

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O parlamentar declarou ainda que seria um “esculacho” se o Supremo Tribunal Federal (STF) concedesse liberdade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba e condenado na Operação Lava Jato. A Segunda Turma do STF deve julgar um novo pedido de liberdade da defesa do petista. “No meu entender, seria um esculacho da Justiça Brasileira colocar em liberdade o senhor Lula”, disse Bolsonaro.

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Reformas

Questionado sobre pautas econômicas, o parlamentar fluminense afirmou que teria votado contra a reforma da Previdência proposta pelo governo do presidente Michel Temer. O problema da proposta, segundo ele, é colocar mudanças como a idade mínima “de imediato” para regras em vigor há muito tempo. Ele afastou a possibilidade de defender uma reforma para os militares.

“Se vocês nos derem o direito de greve, sindicalização, hora extra, fundo de garantia, trabalho noturno, entre outros. Pode colocar o militar na Previdência”, declarou. Perguntado sobre o regime militar, Bolsonaro disse que durante o governo militar a corrupção era menor. “Nenhum general saiu rico de lá.”

Bolsonaro reforçou que votou favorável à reforma trabalhista e ao teto de gastos propostos pelo governo Temer. Ele também criticou a política de preços da Petrobras e disse que é necessário acabar com o “monopólio” da estatal, “abrindo geral” para que outras empresas explorem o petróleo no Brasil.

Impeachment

Durante palestra no fórum, Bolsonaro chegou a dizer que os militares ajudaram a garantir o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. Ele afirmou que tem informações de que a presidente, na época, tinha rascunhado um decreto do estado de defesa no País e provocado reações no Exército.

Na versão de Bolsonaro, Dilma teria recebido informações do então ministro da Defesa, Aldo Rabelo, de que o Exército não aceitaria o suposto decreto planejado pelo governo. Segundo ele, “algo de anormal tinha que acontecer para ser decretado o estado de defesa” e o comandante da Força Nacional de Segurança teria pedido demissão no meio do processo de impeachment.

“Então no Exército, pelo que eu levantei, fiquei sabendo, o comandante não aceitaria o estado de defesa no Brasil artificial”, comentou. O deputado não esclareceu, no entanto, como o Exército teria influenciado o impeachment nesse cenário.