Operação Quadro Negro

Beto Richa vira réu pela oitava vez na Operação Quadro Negro

Ex-governador Beto Richa pode sair do PSDB. Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo
Ex-governador Beto Richa pode sair do PSDB. Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo

O juiz Fernando Fischer, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, acolheu mais uma denúncia feita pelo Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR) contra o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB). O tucano responderá pelos crimes de lavagem de dinheiro e obstrução de justiça. É a oitava vez que Richa vira réu na esfera criminal.

Também responderão pelos mesmos crimes a esposa do ex-governador, Fernanda Richa, e o contador da família Dirceu Pupo Ferreira. Um dos filhos do casal, André Richa, responderá por lavagem de dinheiro. A decisão do juiz Fernando Fischer foi assinada no último dia 22.

Os fatos denunciados referem-se à aquisição de um conjunto de salas comerciais no Centro Cívico, em Curitiba, no ano de 2013. Parte do pagamento teria ocorrido, de acordo com o MP, com a utilização de valores recebidos como propina de construtoras investigadas no âmbito da Operação Quadro Negro, que apura desvio de verbas destinadas à construção e reforma de escolas.

Segundo a denúncia, a compra das salas custou R$ 2,2 milhões. Parte deste valor (R$ 830 mil) foi paga ao vendedor em dinheiro, de forma dissimulada, enquanto um imóvel dado em pagamento por parte dos compradores foi superavaliado na tentativa de também ocultar pagamento em espécie e sua origem ilícita.

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O ex-governador, a ex-primeira-dama e o contador também foram denunciados por obstrução da justiça, porque teriam, em agosto de 2018, tentado influenciar o corretor de imóveis que intermediou o negócio a esconder a existência daquele pagamento, caso viesse a ser procurado pelas autoridades.

Defesa fala em “perplexidade”

Em nota encaminhada à Gazeta do Povo nesta terça-feira (26), a defesa de Beto Richa informou que recebe “com perplexidade” a notícia de que “estão sendo processados novamente, pelo mesmíssimo fato já objeto de duas acusações anteriores”.

“O Ministério Público se contradiz, e agora acusa o ex-governador sem saber apontar a ilicitude dos recursos. A defesa segue depositando sua confiança na Justiça para controlar a perseguição e o abuso contra a família Richa”, continua a nota.

A Gazeta do Povo também entrou em contato com a defesa de Dirceu Pupo Ferreira e aguarda retorno.

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