O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), completou 12 meses de doações de parte do seu salário aos cofres do município. Neste período, Beto devolveu 20% de seus vencimentos (R$ 5.263,18 mensais) à Prefeitura, totalizando uma doação de R$ 63.158,16 até agora.
A doação, feita por meio de Documento de Arrecadação Municipal (DAM), foi a forma encontrada por Richa para reduzir seu salário, depois que a Câmara Municipal arquivou, em abril de 2007, projeto que determinaria corte de 20% nos vencimentos do prefeito. O projeto foi apresentado pelo prefeito após levantamento nacional que apontou que o salário de R$ 19.115,19 recebido por Richa era o maior entre os prefeitos de todas as capitais.
O projeto de redução foi arquivado porque os vereadores o consideraram inconstitucional. Segundo a Lei Orgânica Municipal, o legislativo só pode fixar vencimento de mandatos futuros, votando os valores até 60 dias antes da eleição. Sem poder reduzir o próprio salário, o prefeito optou pela doação, autorizando seu banco a recolher, todo mês, os R$ 5,2 mil na forma de DAM.
O salário de mais de R$ 19 mil, que Richa recebeu entre 2005 e 2007, foi aprovado pela Câmara Municipal em junho de 2004, antes de sua eleição. Em abril de 2007, esse salário teria um reajuste de 5% e passaria para R$ 22.551,71. Com a doação, o salário bruto do prefeito passou para R$ 15.292,15 e o líquido, com descontos previdenciários e tributários, caiu para R$ 11.388,56, ficando na média dos demais prefeitos.