Beto diz que será aliado dos produtores rurais

Enquanto o candidato do PDT ao governo do Paraná, Osmar Dias, vai afinando o discurso com o PT, já chamando seus colegas de chapa de “companheiros” e citando o presidente Lula como seu principal cabo eleitoral, o tucano Beto Richa tenta explorar as diferenças entre o senador pedetista e seus novos aliados.

Ontem, em discurso, Beto abordou a questão da terra, área ainda delicada entre o candidato pedetista e o PT. “Nosso governo será um aliado dos produtores rurais, na defesa da propriedade e do cumprimento das leis”, disse o ex-prefeito de Curitiba, durante roteiro por 19 cidades do Noroeste do Estado.

Ex-prefeito da capital do Estado e enfrentando um adversário ligado ao campo, Beto teve, durante a pré-campanha, dificuldades em debater o agronegócio com Osmar e Orlando Pessuti (PMDB), então pré-candidato à reeleição.

Pois no terceiro dia de campanha oficial, o tucano já visitou uma das principais cooperativas agropecuárias do Paraná, a Coamo, dizendo que a agroindústria será prioridade em seu governo. “O agronegócio deve ser prioridade para o Governo do Paraná, uma vez que é a base de nossa economia”, disse.

E o candidato do PSDB ainda aproveitou para cutucar o ponto de discórdia entre Osmar e o PT. Um dos momentos em que a aliança PT/PDT mais balançou foi quando o senador pedetista assinou o pedido de abertura da CPI do MST.

A base petista reagiu contra a coligação com Osmar. O PSDB pretende explorar o que classifica como contradição do senador em estar ao lado de partidos que defendem os movimentos sociais do campo, em especial o MST, cuja atuação é polêmica em virtude das ocupações de Terra.

“Nosso Plano de Governo prevê o acesso à terra, que é legítimo para quem nela trabalha, mas dentro de uma perspectiva de desenvolvimento econômico e social”, afirmou Beto.

Em Cascavel, Osmar voltou a valorizar a grande aliança que conseguiu formar, lembrou o papel do presidente Lula para a consolidação desta união e descartou qualquer contradição em ter buscado esse palanque da base do governo federal.

“Essa nossa aliança começou com o pedido do presidente Lula que me queria como candidato único da base aliada. O PDT desde 2006 integra os partidos que dão sustentabilidade ao governo. Assumi esta responsabilidade. Democracia dá direito a escolha e o direito de escolher o melhor projeto. O povo paranaense não poderia prescindir de poder avaliar o que quer para o Estado”, afirmou.

Osmar disse que estar aliado ao PT não o faz mudar suas posições, o que provou assinando a CPI no auge das negociações com o partido e disse que o PT e o presidente Lula sabem e respeitam suas convicções, lembrando que o governo federal tem pessoas com posições divergentes em seu primeiro escalão. “Não consta que o ex-ministro Reinhold Stephanes, o melhor ministro da Agricultura que esse país já teve, tem um DNA esquerdista”.